O jovem que caiu de um carro após ser ameaçado por um motorista de transporte por aplicativo foi transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador. Nesta quinta-feira (13), o estado de saúde dele é estável.
Na terça-feira (11), a família chegou a afirmar que Elton Carlos Santana Silva teve morte cerebral confirmada, após informação de funcionários do hospital. No entanto, a informação foi corrigida na quarta-feira (12), depois que os familiares tiveram acesso ao prontuário de Elton.
O g1 entrou em contato com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), para saber um posicionamento sobre a informação errada à família, mas a pasta se limitou a responder que o jovem já havia sido regulado. Elton sofreu um traumatismo e precisa da avaliação de um neurologista.
Família relata erro
O caso aconteceu na madrugada de sábado (8), em Salvador, durante uma viagem entre os bairros de Cajazeiras IV e Marechal Rondon. Elton foi socorrido e internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Professor Eládio Lasserre (HPEL), onde ficou até a tarde de quarta-feira (12).
“A gente está abalado. Ontem [terça, 11], por volta das 15h, falaram que meu irmão teve uma morte cerebral. Foi o médico e a assistente social que falaram que ele teve uma possível morte cerebral, mas já não podiam mais confirmar”, disse Carlos Santana, irmão de Elton.
“A gente já estava providenciando tudo do enterro”.
Uma amiga da família, identificada apenas como Jéssica, relatou que a família ficou consternada com a notícia da morte de Elton, e que agora aguarda da transferência do rapaz para um hospital adequado.
“Estava todo mundo chorando, todo mundo triste com essa notícia, nós viemos aqui para saber se, realmente, existiu esse óbito. Aí a gente veio e soube que os aparelhos estavam ligados e no prontuário dele não existia que Elton estava em morte cerebral”.
“Foi falsa essa informação. Estamos aqui, sabendo que ele está vivo, lutando contra a morte, e a gente quer que ele seja transferido para um hospital que tenha um neuro [neurologista]. Nem a assistente social quis mais falar com a gente”.
Por meio de nota, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que a Central Estadual de Regulação está em busca de uma unidade que atenda o perfil do paciente, e que um dos critérios é justamente a gravidade do estado de saúde dele.
Caso
O caso foi registrado na Delegacia de Cajazeiras. Elton estava no carro com outras três pessoas, que também precisaram fugir diante das ameaças feitas com xingamentos e uma arma. Durante a queda, ele bateu a cabeça na calçada.
Ao entrar no veículo, um dos integrantes do grupo disse que tinha perdido o celular. Nesse momento, a passageira afirmou que o motorista começou a ser agressivo.
“O motorista falou: ‘vá olhar seu celular e volte, vê se não demora, que não sou palhaço e nem idiota”, recorda Layane Albuquerque.
Após retornar ao veículo, os passageiros seguiram como alvo do motorista. Ainda segundo Layane, uma prima teria pedido para o condutor ligar o rádio, mas ele se recusou. Em seguida, fez ameaças e sacou uma arma.
“Ele parou o carro, xingou, falou vários palavrões, e perguntou: o carro é seu? Ele acelerou o carro e disse que ia matar a gente. Minha prima ficou desesperada, abriu a porta do carro e se jogou [para fora do veículo]. Meu primo falou: ‘por favor, motorista, pare o carro’”.
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 13ª Delegacia Territorial (DT) de Cajazeiras e que foi expedida a guia de lesão corporal, documento que libera para o exame de corpo de delito.
G1