Popularizar a ciência ao destacar as potencialidades dos biomas baianos e valorizar os saberes dos povos originários e das comunidades tradicionais. Esses são os principais objetivos da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) na Bahia. O evento, organizado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), ocorre em várias regiões do estado até dia 18 de outubro. Nesta quarta-feira (16), no Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC), aconteceu a primeira atividade na capital, que reuniu estudantes, professores, empreendedores, pesquisadores e outros públicos.
Ao longo do dia, o público teve a oportunidade de visitar a Trilha Bahia Faz Ciência, onde foram apresentados projetos inovadores desenvolvidos por estudantes da rede pública, utilizando os biomas para soluções criativas. O evento contou com rodas de conversa sobre “Saberes Ancestrais, Tecnologia e Biomas” e “Biomas, Saberes Tradicionais e Mudanças”. Além disso, os visitantes puderam explorar espaços sensoriais que destacaram a biodiversidade dos biomas Caatinga, Mata Atlântica e Cerrado, que fazem parte do território baiano.
O secretário da Secti, André Joazeiro, ressalta a importância da Semana Nacional de C&T para a valorização do conhecimento tradicional e científico. “A semana, até aqui, tem sido repleta de atividades interessantes. Começamos no Quilombo de Kaonge, onde vimos o conhecimento tradicional. Esse saber pode ser transformado em conhecimento científico, como, por exemplo, nos fármacos que eles utilizam, como chás engarrafados, que podem se tornar fitoterápicos e cosméticos. Na SNCT, estamos agregando ciência a esse saber tradicional, promovendo essa troca entre o saber acadêmico e o saber popular, o que pode gerar muitas coisas boas para a ciência da Bahia e renda para essas comunidades”.
Revista Faz Ciência
No evento, foi lançada a 3ª edição da Revista Bahia Faz Ciência, que apresenta à sociedade projetos inovadores desenvolvidos por estudantes, pesquisadores e empreendedores. A edição reforça a importância de dar visibilidade a esses trabalhos. Lavínia Mota, que desenvolveu um areia sanitária a partir do coco verde, compartilha a emoção de ter seu projeto publicado na revista. “Essa experiência é incrível, principalmente pelo reconhecimento que o projeto está recebendo e pelo que ele representa. Acredito que estamos agregando valor ao mercado sustentável, que é a área em que queremos atuar. Como mencionei, o reconhecimento e a valorização do nosso trabalho são fundamentais. Fico muito grata por poder mostrar nosso projeto e compartilhar essa jornada”.
Para o professor Thales Nascimento, orientador do projeto, a ação é importante para a divulgação dos trabalhos científicos e inovadores realizados nas escolas. “É fundamental para os alunos se verem em um espaço de divulgação. Ao observar nossos estudantes se envolvendo e produzindo ciência, ter uma revista como esta para compartilhar nosso trabalho é extremamente importante. Isso reconhece nossos esforços, assim como nossos erros e acertos ao longo do ano. Ter um espaço como este para divulgar e mostrar o resultado final do que fizemos é muito valioso. Isso faz com que os alunos se sintam valorizados e reconhecidos pelo que conquistaram”, afirma.
A estudante Eduarda Damasceno foi uma das expositoras na Trilha Bahia Faz Ciência, com o projeto de bioplástico a partir do licuri. “É com imenso prazer que estou aqui participando da 21ª Semana de Ciência e Tecnologia. Sinto uma grande alegria e gratificação em representar o meu riquíssimo bioma, a Caatinga, além do meu seminário e do meu NTE”. A programação completa da SNCT está disponível no site ba.gov.br/secti. Na Bahia, o encerramento da Semana Nacional também vai acontecer no MAC, no dia 18 de outubro, às 17h. O evento vai contar com a presença da ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e do governador Jerônimo Rodrigues. Na ocasião, serão anunciados diversos investimentos para as áreas de CT&I na Bahia.
Entre os parceiros da Secti no evento estão o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), as Secretarias da Educação (Sec), Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), Meio Ambiente (Sema), Desenvolvimento Rural (SDR), Cultura (Secult), Turismo (Setur), além das Universidades de Feira de Santana (Uefs), do Sudoeste da Bahia (Uesb) e do Estado da Bahia (Uneb). Outros apoiadores são a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Instituto Anísio Teixeira (IAT), Museu de Arte Contemporânea (MAC), Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).