No Dia Nacional da Juventude, 22 de setembro, a Coordenação de Políticas para a Juventude da SJDHDS convida organizações a entrarem no Mapa
O Mapada Juventude Organizada na Bahia, iniciativa da secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) lançadaeste ano, por meio da Coordenação de Políticas para a Juventude, avança no mapeamento de coletivos juvenis de diversos territórios do Estado. O cadastramento segue até o final deste ano, por meio do site www.justicasocial.ba.gov.br,e as informações recolhidas serão publicadas no Mapa da Juventude.
Com o cadastro no Mapa da Juventude,as organizações de jovens baianos nascem para os olhos do Governo. Segundo o coordenador estadual de Políticas para a Juventude da SJDHDS, Jabes Soares, “essa ferramenta auxiliará o Governo do Estado na discussão, elaboração e avaliação das políticas para a juventude, em parceria com a sociedade civil, além de dar publicidade às atuações realizadas por essas juventudes organizadas”. O coordenador lembra que neste Dia Nacional da Juventude, comemorado em 22 de setembro, é importante estimular os movimentos a se cadastrarem e buscarem apoio para fortalecer suas bandeiras.
Uma das organizações cadastradas é o Grupo Paranã, com cerca de 20 integrantes de 16 a 29 anos, todos jovens indígenas Tupinambá da regiãode Olivença (Litoral Sul). Segundo uma das lideranças, o jovem Adriano Bomfim Tupinambá, 29 anos, morador da aldeia Taba Jairy, o grupo começou a se formar da reunião de jovens que representavam a etnia nos Jogos Indígenas de Porto Seguro. Há mais de três anos, eles se reúnem para realizar ações de valorização da cultura Tupinambá, especialmente entre os jovens indígenas.
O grupo realiza eventos, bate-papos, palestras em escolas, trilhas, caminhadas, torneios e rituais, sempre com o objetivo de promover a cultura Tupinambá. “Vejo que o mais importante hoje para a juventude indígena é fortalecer o valor por sua cultura, buscar o conhecimento ancestral do seu povo, para que não seja apenas aquele índio da foto, sem conteúdo sobre sua cultura”, explica Adriano.
Segundo ele, o trabalho de resgate dos jogos indígenas nas aldeias é o mais importante, pois os jogos são a porta de entrada que desperta muitos jovens para a valorização da sua cultura. “Estamos caminhando para a 4ª edição dos nossos jogos, que acontecem no mês de abril, de forma itinerante, nas aldeias Tupinambá”, explica Adriano, que iniciou sua história no movimento indígena a partir do gosto pelos jogos. O rapaz hoje é professor concursado do Governo do Estado, da escola indígena da sua aldeia, e é estudante do curso de Geografia da Uesc.
“Comecei a participar do movimento a partir dos jogos. Foi aí que passei a buscar o conhecimento com os anciões, para saber mais sobre as ervas, os trajes, a cultura, a língua, e me tornei também artesão”, conta o jovem, que é casado e pai de um bebê de seis meses. Ele, e outros mais velhos no grupo, vão passando aos mais jovens os conhecimentos, a exemplo do ritual Porancin. “Nos reunimos uma vez por mês, de forma itinerante, para fazer o maior ritual sagrado do povo Tupinambá”, diz.
Para saber mais sobre o Grupo Paranã, acesse a página do grupo no Facebook.