O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, disse hoje (30) que o Judiciário e o Congresso têm sido atacados por fake news disseminadas pelas redes sociais. “As fake news visam exatamente a disseminar o medo para semear o ódio entre as pessoas. Elas vêm para dividir, não para construir. E colocam em risco, hoje, valores democráticos”, ressaltou, ao discursar no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
“Isso, nas redes sociais, está acontecendo contra as instituições, tanto contra o Parlamento brasileiro, que é lugar essencial da democracia brasileira, quanto contra o Senado da República, que debate os direitos, decide o futuro do país. E contra o Supremo Tribunal Federal, que garante os direitos de todo mundo”, acrescentou, ao falar sobre a difusão de notícias falsas.
Justiça do Trabalho
Outro alvo das mentiras é, segundo o presidente do STF, a Justiça do Trabalho. “Se mentem que a Justiça é cara, que não serve para nada, o que querem fazer? Querem fazer com que você não acredite. Mas, na hora em que você for demitido, quem vai garantir os seus direitos? A Justiça do Trabalho”, enfatizou.
Toffoli disse que vem se empenhado para defender os tribunais dedicados a causas trabalhistas. “Eu tenho viajado o Brasil inteiro e tenho visitado todos os tribunais regionais do Trabalho. Porque em um país que, infelizmente, é tão desigual socialmente, em que ainda cumprir as leis é tão difícil, muitas vezes, a necessidade da existência da Justiça do Trabalho é especialmente importante para garantir os direitos de todos nós”, destacou.
Combate às notícias falsas
Ao citar a filósofa Hannah Arendt, o ministro afirmou que o objetivo da disseminação de informações falsas é causar o descrédito generalizado na sociedade. “A desinformação retira a capacidade de discernir o real e o irreal, gerando o ambiente crescente de desconfiança, desânimo e descrença”, disse.
Para combater o problema, Toffoli defendeu que haja uma educação específica sobre o uso das novas tecnologias. “A principal ferramenta de enfrentamento das notícias falsas é a educação da sociedade para o uso consciente e positivo da tecnologia da informação”, disse.
O presidente do Supremo lembrou ainda que a Corte lançou, em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Painel Multissetorial de Checagem de Informações e Combate a Notícias Falsas.
As informações sob suspeita relativas ao Judiciário são checadas por jornalistas dos sites Aos Fatos, Boatos.Org, Conjur, Jota, Migalhas e UOL-Confere.
Outros portais, como o Jusbrasil e Jus Navigandi, também participam. “Cotidianamente são centenas de notícias falsas que recaem sobre cada um de nós. É necessário, então, que façamos a checagem e os desmentidos.”
Agência Brasil