A primeira redução da taxa básica de juros da economia brasileira nos últimos quatro anos, anunciada na última quarta-feira (19) pelo BC (Banco Central), pode ser o primeiro passo para a retomada da economia nacional.
De acordo com representantes de associações produtivas dos setores da indústria e dos serviços, o crescimento econômico será mais eficaz com uma trajetória de queda da Selic.
Segundo o presidente da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo), Eduardo Terra, a redução dos juros estimula o humor do consumidor e do empresário, porque permite que o dinheiro seja retirado dos fundos de investimento e voltem a circular e estimule a economia.
— A taxa de juros no patamar atual inibe investimentos. Qualquer capital que entra vai para aplicações financeira. A hora que essa taxa entra em um processo descendente, se o empresário estava com um capital aplicado, ele pode começar a pensar em expandir o negócio, investir em outras coisas porque o dinheiro do banco não vai remunerar mais.
O presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), Humberto Barbato, classificou o corte dos juros como algo “muito importante” para o setor. Na avaliação dele, o patamar atual da Selic inibe, inclusive, o volume de compras para as festas de final de ano.
— A Selic faz quatro anos que está em níveis elevados. O corte [de 0,25 ponto percentual] eu entendo que vem em um momento importantíssimo para ser mais uma alavanca para influenciar a curva de confiança do setor produtivo. É mais um fator que vai aumentar as expectativas positivas em relação às melhorias da condição econômica do País.
A redução de juros auxilia o setor produtivo porque ela é acompanhada da baixa dos valores utilizados nos empréstimos bancários e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.
R7