A Justiça de São Paulo decretou a prisão temporária por 30 dias de Ricardo Reis de Faria e Vieira, de 33 anos, que é suspeito de atear fogo na própria casa e matar os três filhos carbonizados em Poá, na Grande São Paulo.
O fogo foi na rua Bernardo Pinheiro Franco, na Vila Real, por volta das 5h desta quarta-feira (17). De acordo com o Corpo de Bombeiros, o incêndio atingiu principalmente o quarto onde estavam a adolescente Fernanda, de 14 anos, e as crianças, Gabriel, de 9, e Lorenzo, que iria completar 2 anos. O primeiro chamado foi feito por uma mulher que mora na vizinhança, ouviu os pedidos de socorro e viu as chamas.
O casal Ricardo e Leandro estava separado há três meses. Leandro contou, segundo a Record TV, que Ricardo tentava reatar o relacionamento e, nos últimos meses, dizia que não fazia sentido viver sem a família unida.
Uma testemunha afirma ter ouvido gritos de socorro vindos da casa. A voz era feminina, possivelmente de Fernanda. O corpo da adolescente foi encontrado próximo a uma janela com grades, o que indica que ela tentou sair do local. A polícia acredita que a porta do cômodo estava trancada.
Oito viaturas dos bombeiros foram acionadas e realizaram o combate às chamas. A Polícia Civil vai investigar as causas do incêndio e onde o fogo começou.
Segundo o pai das vítimas, ele percebeu a fumaça e tentou salvar as crianças, mas a porta estava trancada e ele havia tomado medicamento calmante para dormir, por isso pediu socorro.
Versões diferentes
Ricardo, aparentemente transtornado, chegou a dizer que os filhos teriam sido raptados e, por isso, não estariam dentro da casa. Ele disse que o responsável pelo incêndio poderia ser o atual namorado do ex dele. Segundo os investigadores, Ricardo também chegou a sugerir que a adolescente poderia ter provocado as chamas.
Ricardo, que era o tutor das crianças e único sobrevivente do incêndio, chegou a dar três versões para o ocorrido. Em uma delas, disse que os filhos teriam sido levados de casa por uma outra pessoa. A atitude suspeita fez com que ele fosse encaminhado para delegacia.
Ele foi casado com Leandro, de 36 anos, por quase 16 anos. Juntos, os dois formaram uma família, que faziam questão de estampar nas redes sociais. Nos últimos três meses, no entanto, a relação do casal teria sido abalada após uma traição de Ricardo e os dois passaram a viver em casas separadas e compartilhar a guarda dos filhos adotivos.
O caso foi registrado como homicídio qualificado pela delegacia de Poá.
Os corpos das três crianças foram levados para o IML (Instituto Médico Legal) de Suzano e serão sepultados nesta quinta-feira no Cemitério da Paz de Poá.
R7