O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) determinou, na terça-feira (29), que a professora Cátia Regina Raulino, investigada por plagiar trabalhos de alunas e por exercício ilegal da advocacia em Salvador, suspenda a publicação de um artigo em uma revista especializada em Direito.
A Justiça deu à suspeita o prazo de 15 dias para fazer a suspensão. A decisão saiu depois do pedido de um ex-aluno de Cátia Raulino, que alega ser o autor do artigo e afirma ter sido plagiado pela professora.
Na ação contra Raulino, o aluno pediu ainda uma indenização de R$ 30 mil por danos morais. A decisão da Justiça, no entanto, não contempla o pedido indenizatório. O inquérito policial que investiga se Cátia Raulino plagiou os trabalhos ainda não foi concluído.
Na última quinta-feira (24), o delegado que investiga o caso, Antônio Carlos Magalhães dos Santos, informou que o diploma de bacharel em Direito usado pela professora Cátia Regina Raulino tem indícios de ser falso.
Caso Raulino
Cátia Raulino começou a ser investigada no mês de agosto, depois que ex-alunas do curso de Direito de uma faculdade particular de Salvador a denunciaram por plágio.
Em seu currículo, Cátia Raulino alega ser formada em Direito e que tem mestrado, doutorado e pós-doutorado, mas as universidades em que ela diz ter concluído os cursos negam que ela possua as formações.
Raulino chegou a apresentar documentos ao delegado Antônio Carlos Magalhães Santos, que investiga o caso. No entanto, a professora nunca apresentou comprovação das graduações e títulos que ela afirma ter.
No começo das investigações, ela chegou a informar ao G1 que estava recolhendo documentos e que depois iria se pronunciar sobre o caso. Entretanto, depois disso, ela não falou mais com a imprensa.
Segundo as ex-alunas, que já estão formadas, quando ainda eram estudantes, elas tiveram os trabalhos de conclusão de curso incluídos em livro e revista e, nas publicações, a professora assinou os textos como dela, sem citar as então alunas.
O Ministério Público Estadual (MP-BA), que apura ao menos seis denúncias: duas referentes a suposta prática de exercício ilegal da advocacia e quatro referentes a suposto crime de violação de direito autoral.
A suspeita já atuou como professora e coordenadora de faculdades particulares da capital baiana. Cátia Raulino divulgava o trabalho dela nas redes sociais, mas um dos perfis, que tinha mais de 180 mil seguidores, foi desativado.
A Universidade Federal da Bahia (Ufba) chegou a refazer duas bancas de mestrado que tiveram a participação dela.
A mulher já trabalhou por cerca de um ano no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Através de nota, o TJ-BA informou que ela trabalhou no local entre fevereiro de 2013 a janeiro de 2014, no cargo temporário de supervisor.
G1