Do asfalto para o gelo: a vida do atleta paulista Victor Santos, de 20 anos, que representa o Brasil nas Olimpíadas de Inverno em PyeongChang, na Coreia do Sul, deu uma guinada de 360° nos últimos cinco anos. Quando Santos passou a receber o Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte, pode se dedicar aos treinos e deixou a rotina de lavador de carros para se tornar um esquiador de ponta. Ele briga por medalhas no esqui cross-country nas provas de 15 quilômetros.
Começo da carreira
Há cinco anos, Victor começou a treinar por diversão no projeto paulista Ski na Rua, que oferecia os treinamentos da modalidade de inverno adaptados à realidade tropical do Brasil. Na época, ele lavava carros em estacionamentos para ajudar a família.
“Eu comecei no rollerski através de quatro amigos meus e do meu irmão, que participavam do projeto. Eles falavam para mim que era legal, que era divertido andar de rollerski. Fui lá pela diversão mesmo. Depois de dois anos, comecei a treinar um pouco mais sério. Nos dois últimos anos do ciclo olímpico, eu me dediquei totalmente à vaga em PyeongChang”, disse Victor.
Apoio
“O Bolsa Atleta é muito importante na ajuda aos atletas brasileiros, porque você consegue tirar o foco do trabalho e se concentrar mais nos treinos. É muito bom para o rendimento dos atletas. Ajuda muito na minha vida, na alimentação, passagens, equipamentos. É essencial”, ponderou o atleta.
O Bolsa Atleta é o maior programa de patrocínio direto do mundo e é destinado a atletas estudantis aos de alto rendimento. Os esportistas internacionais chegam a receber R$1.850 por mês para se prepararem. Os de nível olímpico têm apoio de R$ 3,1 mil.
Preparação
Victor e seu treinador, Leandro Ribela, passaram dois meses e meio na Europa para executarem treinamentos voltados para os Jogos de PyeongChang. Em 2017, Victor disputou o Mundial da Finlândia e o Mundial Júnior nos Estados Unidos. E, em janeiro de 2018, mais uma competição na Suíça.
Expectativa
“Vou ficar muito feliz se conseguir fazer uma boa prova, conseguir colocar em prática o que treinei nesses quatro anos e, principalmente, na temporada agora na Europa, que foi muito dura, muito cansativa. Se conseguir os pontos do meu treinador Leandro, que disputou a prova em Vancouver, vou ficar muito feliz”, afirmou Victor. Ele faz sua estreia na competição nesta sexta-feira (16).
Modalidade
O esqui cross-country é uma modalidade de resistência e demora quase meia hora até a conclusão. Em PyeongChang será disputada no estilo livre.
Portal Brasil