Lázaro Ramos, 42, falou sobre seu filme de estreia na direção, “Medida Provisória”, durante painel na CCXP Worlds nesta sexta-feira (4). O ator contou que acabou fazendo o trabalho apenas porque não conseguiu outra pessoa que quisesse dirigir o material.
“Essa estreia no cinema foi forçada, eu não queria dirigir”, afirmou. Ele já havia dirigido o texto no teatro e achou que seria interessante essa transposição para a tela grande. “Comecei a oferecer a todos os amigos cineastas e ninguém queria adaptar.”
Ainda sem data de estreia, o filme ganhou o prêmio de melhor roteiro no Indie Memphis Film Festival 2020. A trama se passa num futuro não tão distante no qual uma inciativa para reparar financeiramente as pessoas pelo passado escravocrata do Brasil provoca uma reação no Congresso Nacional.
Isso afeta a vida dos personagens, como a médica Capitu (Taís Araújo), o advogado Antonio (Alfred Enoch) e o jornalista André (Seu Jorge).
“É um Brasil do futuro, que a gente está na batalha para alcançar”, avaliou Seu Jorge. O músico e ator disse que já trabalhou “com muita gente importante, relevante, sabedora do que estava fazendo”, mas que só teve dois diretores com quem sentiu que estava realmente aprendendo, sendo um deles Lázaro.
Já Taís Araújo, que é mulher do diretor, também aproveitou para elogiar o trabalho dele por detrás das câmeras. “Eu dou [nota] 20 para esse cara”, afirmou. “Ele é um excelente maestro. Esse foi o grande segredo desse filme. Ele faz o que eu acho que todo diretor deve fazer. Todo mundo é peça fundamental.”
“O que acontece quando um profissional é valorizado? Ele dá o melhor dele”, garantiu. “Todo mundo era dono da sua história, que é o que a gente é na vida.”
Lázaro agradeceu os elogios. “É um trabalho coletivo e de reconhecimento dos talentos”, afirmou. O diretor disse ainda que, com o protagonismo negro da obra, ele tem a pretensão de “inaugurar um estilo no país”.
Bahia Notícias