O heptacampeão mundial de Fórmula Lewis Hamilton voltou a falar sobre racismo nesta terça-feira (24). Em entrevista ao podcast On Purpose, o britânico fez um relato forte acerca do preconceito que sofreu na escola, que incluiu até bananas atiradas em sua direção.
“Eu já sofria bullying aos seis anos de idade. Naquela escola em particular, eu era uma das três crianças negras, e apenas crianças maiores, mais fortes e valentonas me atacavam a maior parte do tempo. E os golpes constantes, as coisas que são jogadas em você, como bananas, ou pessoas que usariam a palavra com “N” tão tranquilas. Pessoas te chamando de mestiço, e sem saber onde você se encaixa. Isso para mim foi difícil”, afirmou.
O piloto comentou também sobre a dificuldade de encontrar outras crianças negras em sua escola.
“Na minha escola [secundária], havia seis ou sete crianças negras entre 1.200, e três de nós éramos colocados fora da sala o tempo todo. Eu não achava que poderia ir para casa e dizer aos meus pais que essas crianças continuaram me chamando com palavrões, ou que fui intimidado ou espancado na escola hoje. Eu não queria que meu pai pensasse que eu não era forte”, relatou.
Hamiltou irá, em 2023, para sua 17ª temporada na Fórmula 1. Ele tem um ano de contrato com a Mercedes, com opção de renovação. Durante a entrevista, ele comentou também sobre a possibilidade de um dia parar de correr.
“Eu faço isso há 30 anos. Quando você parar, o que vai acontecer para combinar com isso? Nada se compara a estar em um autódromo, estar em uma corrida, estar no auge do esporte e estar na frente do grid ou passar por aquela emoção que sinto com isso. Quando eu parar, haverá um grande buraco, então estou tentando me concentrar e encontrar coisas que possam substituir isso e ser igualmente gratificantes”, finalizou.
Bahia Notícias