O autor da novela Segundo Sol, João Emanuel Carneiro, envolveu a trama em mais uma polêmica. Depois de sofrer críticas da comunidade negra pela falta de representatividade, já que a novela se passa na Bahia, a discussão agora é outra.
Durante uma cena exibida na última segunda-feira (10), a atriz Adriana Esteves, que dá vida a personagem Laureta, uma cafetina que comete crimes e não mede esforços para se dar bem na vida, foi mostrada acendendo velas, fazendo oferendas e pedindo ajuda aos orixás logo depois de tramar o assassinato do personagem Remy.
Para a comunidade de umbandistas, a emissora prestou um desserviço sobre a religião. Simpatizantes da Umbanda entenderam que a Globo fez uma relação equivocada com práticas maldosas e apelo também para rituais do candomblé.
“A cena mostrou uma falta de entendimento por parte do autor da novela sobre o que é de fato a umbanda. Esse tipo de construção cenográfica só serve para ofender”, critica o cientista da religião, Alexandre Cumino, sacerdote umbandista e autor dos livros Umbanda Não É Macumba e Exu Não É Diabo.
Para Cumino, essa construção reforça a discriminação com a crença de matriz africana e evidencia a falta de conhecimento.
“Já existe um preconceito, uma intolerância contra quem faz parte da religião, do candomblé, quem vai ao terreiro. O que prevalece é a ignorância. As pessoas com quem conversei se sentiram agredidas, estão muito indignadas”, conta.
Em nota, a Globo justificou, por meio da sua assessoria de comunicação, que a cena não faz referência a nenhuma religião e novelas são obras de ficção. De acordo com a emissora, determinados comportamentos só fazem sentido no contexto da dramaturgia.
Varela Notícias