Os 45 dias de campanha eleitoral fizeram bem para o PSD, DEM e PMDB, que comemoram o cumprimento de metas e o crescimento no número de prefeituras conquistadas. O partido liderado pelo senador Otto Alencar (PSD), por exemplo, disputou 150 prefeituras e levou 83. Entre as conquistas estão reeleições e novos prefeitos de cidades proeminentes, como Santo Antônio de Jesus, com Rogério Andrade; Teixeira de Freitas, com o ex-deputado Temóteo; Porto Seguro, com Cláudia Oliveira e Paulo Afonso, com Luiz de Deus. “Foi um desempenho muito bom, o partido que mais cresceu e consolidou sua posição nos municípios. A expectativa era de fazer em torno de 100 prefeitos”, detalhou Otto, que atribui a performance do partido ao trabalho deputados, da coordenação e dos militantes, além da estrutura organizacional do partido. Quem também avalia crescimento do partido é o deputado federal e presidente do DEM na Bahia José Carlos Aleluia. O parlamentar não entrou em detalhes, mas se disse satisfeito com o resultado das eleições. “Muito bom. O partido com mais votos no estado, o que mais cresceu”, limitou-se a dizer. Por outro lado, o deputado federal Lúcio Vieira Lima, um dos caciques do PMDB na Bahia, comemorou a superação do número de prefeituras conquistadas em relação ao último pleito. A expectativa do partido, segundo Lúcio, era conquistar entre 45 e 50 das 103 candidaturas. Em 2012, o partido levou 45 prefeituras, mas espera ampliar para 67 o número de executivos municipais sob seu comando neste ano – já estão confirmadas 46 prefeituras, o PMDB concorre o segundo turno em Vitória da Conquista com Herzem Gusmão e deve receber 20 prefeitos eleitos por outros partidos. Segundo Lúcio, esse resultado reforça a percepção do público sobre o partido. “O PMDB não é partido que uma hora é uma coisa e outra hora e outra coisa. Quem sai candidato pelo PMDB já sabe qual é o posicionamento dele. Hoje [o PMDB] é partido de oposição ao PT. Derrotou o PT no governo federal, foi a favor do impeachment. Estamos no campo político da oposição”, detalhou.
E é o PT que, entre os grandes partidos, registrou queda no número de prefeituras conquistadas no pleito de 2016. A legenda esperava alcançar pelo menos 50 prefeituras, mas conquistou apenas 39, além da disputa do segundo turno em Vitória da Conquista, com Zé Raimundo. “Do ponto de vista da base aliada, é resultado que muda um pouco a condição de força, mas mantém ampla maioria na base do governador Rui Costa (PT). Do ponto de vista de cada partido, para nós do PT ficamos aquém da expectativa”, avaliou Everaldo da Anunciação, presidente do partido na Bahia. O petista acredita que o baixo desempenho dos candidatos da legenda tenha sido motivado pelo “direcionamento da grande mídia” contra figuras importantes do partido, como os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. “Mas acho meio cedo para ter balanço disso. Você pega cidade como Lauro de Freitas, Senhor do Bonfim e Cruz das Almas, o PT volta a governar”, acrescentou Anunciação, que fez algumas ponderações em seguida. “Penso que há dois elementos que precisam de mais atenção: a questão das abstenções (somados votos brancos e nulos), que tem presença muito alta, demonstra apatia do eleitor com a política; e a gente trabalhou sem financiamento empresarial”, enumerou. Lúcio Vieira Lima (PMDB) considera que o contexto nacional também interferiu no resultado regional, mas na força de oposições, que se uniram contra os petistas. Além disso, as pessoas estão insatisfeitas com a gestão do petista Rui Costa no estado. “O governo do estado não tem dado nada às prefeituras, estão quebradas. Prefeituras quebradas precisam mais ainda do governo federal e Neto [ACM Neto, prefeito reeleito de Salvador] disputa como tentativa de governador em 2018”, acrescentou. Otto Alencar (PSD), por sua vez, não acredita que a crise de imagem e política pela qual passa o PT tenha interferido no desempenho do seu partido. “Em 2012 o PT estava no auge da condição de partido e nós fizemos 72 prefeitos. Atribuo isso à nossa militância. O PSD foi criado com 90 dias antes da eleição. Aumentamos 11 agora. Não tem muito a ver com a situação do PT”, ressaltou.
Bahia Notícias