O vice-presidente Hamilton Mourão falou nesta sexta-feira (20) sobre o comércio ilegal de madeira no Brasil e disse que o governo tem sua parcela de culpa no desmatamento na Amazônia. “Lógico que tem. Governo sempre tem. Tudo que acontece ou deixa de acontecer a culpa é do governo. Isso é normal”, afirmou Mourão.
Sobre o que o governo pode fazer para combater o desmatamento ilegal, o vice-presidente pontuou que a estratégia do governo é “estrangular o comércio”, fazendo a “mesma coisa que você faz com o narcotráfico”.
“Tem que estrangular o dinheiro, o recurso. A partir do momento que você estrangula o comércio, o cara que corta a madeira na ponta da linha não consegue vender. É o que a gente tá fazendo na operação Verde Brasil. Já foram 175 mil metros cúbicos de madeira apreendida. Isso é madeira que não acaba mais”, ressaltou.
Mourão, no entanto, não quis condenar os países que compram a madeira ilegal. “Isso é um comércio internacional, tráfico você sabe como é que é. Ilegalidade prospera no mundo inteiro. São vários aspectos de crimes transnacionais e que as nações têm se unido para combater. Faz parte das ameaças do século 21”, disse.
Pouco antes da Conferência dos BRICS, o presidente Jair Bolsonaro prometeu divulgar a lista de países que, embora critiquem o Brasil pelo descontrole do desmatamento ilegal, compram a madeira que sai ilegalmente da Amazônia.
Bolsonaro voltou atrás e decidiu pela não divulgação dos países. Para Mourão, a decisão foi acertada. “Presidente sabe o que esta fazendo. Não adianta ficar fazendo uma discussão que não vai conduzir a nada. O que nós temos que fazer é a nossa parte do lado de cá e os outros a parte deles do lado de lá”, ressaltou o vice.
Sobre a questão do Amapá, em que 13 das 15 cidades do Estado estão sem luz há 18 dias, Mourão disse que Bolsonaro acompanha a situação na região por meio de assessores, especialmente o ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia.
“O problema está centrado em cima da companhia estatal que faz a distribuição de energia. As soluções tem que ser conjuntas. Não passa por mim”, completou Mourão.
R7