O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não discursará mais na próxima segunda-feira (11), no Conselho de Direitos Humanos da ONU, informaram as Nações Unidas nesta terça-feira (5). A informação é da Agência EFE.
O governante venezuelano será substituído pelo ministro de Relações Exteriores do país, Jorge Arreaza Montserrat, acrescentou a organização em comunicado.
A ONU especificou que a delegação permanente da Venezuela não deu explicações sobre o motivo do cancelamento e que se limitou a informar que Arreaza substituirá Maduro. A delegação venezuelana também não explicou as razões para o cancelamento.
As mesmas fontes informaram ontem que tinham recebido uma nota verbal da missão venezuelana que indicava que Maduro gostaria de discursar no dia da abertura da 36ª sessão ordinária do Conselho. Este fato foi confirmado posteriormente pela delegação venezuelana.
Fontes diplomáticas explicaram que vários países se preparavam para responder no dia seguinte do discurso de Maduro e denunciar a situação da Venezuela.
As mesmas fontes explicaram que o anúncio de Maduro causou surpresa e estupefação, ainda mais que sua participação no Conselho de Direitos Humanos, dado que este organismo foi muito crítico nas últimas semanas com a represália exercida pelo governo venezuelano contra manifestantes e detidos.
Um relatório do Escritório do Alto Comissionado das Nações Unidas para os Direitos Humanos denunciou o uso letal da força e atos de tortura por parte de policiais e militares contra manifestantes e detidos – muitos deles de forma arbitrária – durante os protestos contra a nova Assembleia Constituinte venezuelana.
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, ao apresentar o relatório final em 30 de agosto, disse que a democracia na Venezuela “está apenas viva, se é que segue viva”.
A ONU pedirá ao Conselho de Direitos Humanos na sessão da próxima segunda-feira que estude medidas para evitar uma maior deterioração dos direitos humanos no país, mediante um mecanismo de supervisão, relatórios regulares e uma comissão de investigação.
Agência Brasil