O Hospital Martagão Gesteira, em Salvador, enviou, nesta sexta-feira (15), um ofício para o Ministério da Saúde, para informar que disponibilizará dez novos leitos de pediatria para crianças de Manaus que precisarem ser transferidas para outros estados.
No documento, a Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil (entidade mantenedora do Martagão) ressaltou que estão disponíveis pelo menos dez leitos pediátricos para receber pacientes de Manaus, diante do cenário da falta de oxigênio em hospitais ocorrido na cidade.
O presidente da Liga Álvaro Bahia, Carlos Emanuel Melo, destacou que a situação enfrentada no país demanda ajuda por parte de todos e que o Hospital está à disposição do Ministério da Saúde.
“O Martagão Gesteira entende que os problemas de saúde das crianças do país são também problemas seus, independentemente se são crianças baianas ou amazonenses. O combate à pandemia é um desafio de todos nós”, ressaltou.
O Martagão Gesteira é o maior hospital pediátrico das regiões Norte e Nordeste do país. Por ano, a unidade atende aproximadamente 80 mil crianças e adolescentes de toda a Bahia e realiza cerca de 500 mil atendimentos 100% SUS, com referência para tratamentos de alta complexidade como neurocirurgia, cardiologia e oncologia.
Atualmente, o Hospital Martagão Gesteira oferece atendimento em 26 especialidades de saúde e conta com uma estrutura de 220 leitos, incluindo 30 leitos de UTI (neonatal e pediátrica).
Colapso na saúde
Manaus enfrenta colapso no sistema de saúde pela falta de oxigênio nos hospitais. O caos piorou com o aumento de recorde de internações por Covid-19 no estado.
Sem oxigênio, o governo começou, na quinta (14), a transferência de 235 pacientes com Covid do Amazonas para outros estados. O maior pronto-socorro do estado, HPS 28 de Agosto, passou a recusar pacientes por conta de superlotação.
De acordo com o Ministério da Saúde, a medida atende a uma solicitação do Governo do Amazonas para recém-nascidos que estavam no limite de oxigênio. A pasta informou, ainda, que busca mais balas de oxigênio para que os prematuros não precisem ser transferidos para outros estados.
O Governo Federal informou que irá prestar apoio em todo o processo logístico de remoção. Nesta quinta, a Justiça determinou que a União também realiza, imediatamente, a transferência de pacientes que podem morrer pela falta de oxigênio.
Hospitais lotados e sem oxigênio
O caos que instalou na Saúde de Manaus começou com o aumento de internações por Covid, que lotou os hospitais. Com a demanda, o oxigênio nas unidades foi insuficiente e as empresas fornecedoras no estado não conseguiram atender a necessidade, que ficou seis vezes maior.
Nesta sexta, o Hospital Delphina Aziz, referência para tratamento de casos de Covid, anunciou superlotação. Por conta disso, o Exército começou a montar uma enfermaria de campanha na frente da unidade, que deve disponibilizar 60 leitos.
O maior pronto-socorro do Estado, HPS 28 de Agosto, também começou a recusar novos pacientes, nesta sexta, por conta de superlotação. Ambulâncias com doentes que chegavam na unidade tiveram que voltar para buscar vaga em outros hospitais.
G1