A gripe espanhola é considerada a maior pandemia da história – pandemia é quando uma epidemia se espalha por diversas regiões do planeta. Acredita-se que entre 50 milhões e 100 milhões de pessoas morreram em decorrência da doença, o equivalente, na época, a 5% da população mundial. Cerca de 500 milhões de pessoas foram contaminadas.
A origem do vírus ainda é controversa. Um soldado no Estado americano do Kansas teria apresentado o primeiro registro da gripe espanhola. Embora a gripe tenha sido reportada pela primeira vez nos Estados Unidos, ela foi batizada de espanhola como consequência de uma estratégia de guerra. Em meio à Primeira Guerra Mundial, países como Alemanha, Reino Unido e França censuraram a divulgação de casos da doença para não demonstrar fragilidade aos inimigos. Já a Espanha, neutra no conflito, não escondeu os registros e acabou levando a fama, dando nome à pandemia.
O vírus da gripe espanhola era o H1N1. A variação que conhecemos hoje é a quarta geração do vírus que causou a gripe espanhola. Os soldados foram os responsáveis por disseminar o vírus para diferentes regiões do mundo. A gripe se tornou letal principalmente pelas infecções secundárias que provocava, como a pneumonia. Além disso, as condições precárias causadas pela guerra contribuíram para o grande número de mortes relacionado à doença.
No Brasil, a gripe espanhola chegou em setembro de 1918. Cerca de 35 mil pessoas morreram, entre elas, o presidente da República, Rodrigues Alves (foto). Ele morreu entre a reeleição e a posse. A gripe entrou no Brasil por meio de um navio inglês que aportou em Recife e Salvador. Em pouco tempo, o vírus estava disseminado no país. O Rio de Janeiro registrou o maior número de mortes: 12.700 pessoas.
As principais vítimas da gripe espanhola foram homens jovens saudáveis e não crianças e idosos, que costumam ser os mais afetados pelos vírus atuais. Em São Paulo, o alvo da doença foram especialmente os imigrantes que viviam em condições de saneamento e moradia precários. Estima-se que um terço da população paulistana tenha contraído a doença e cerca de 5.000 pessoas morreram.
O costume de dizer “saúde” quando uma pessoa espirra surgiu durante a pandemia de gripe espanhola. A expressão era uma forma de desejar proteção contra o vírus que é disseminado após uma pessoa espirrar.
R7