Quatro em cada dez (42%) consumidores que usaram o cartão de crédito em março não sabem ao certo o quanto gastaram nas compras, segundo pesquisa revelada pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).
Apesar de não se lembrarem do valor exato, 20% dos usuários disseram que viram o tamanho da fatura do cartão de crédito diminuir no último mês, contra 41% que observaram crescimento no valor da cobrança. Para 33% dos consultados, os gastos se mantiveram estáveis.
Considerando os entrevistados que se lembram do valor da fatura do último mês, a média da cobrança foi de R$ 1.140. Os itens de primeira necessidade como alimentos (62%) e remédios (49%) foram os mais adquiridos por meio do cartão de crédito. Roupas (32%), combustível (28%) e gastos com bares e restaurantes (26%) ocupam as demais posições do ranking.
Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, antes do consumidor utilizar qualquer tipo de crédito, é importante que ele avalie a necessidade da compra e se é possível esperar um tempo para economizar e comprar o item à vista.
— Caso a compra seja inadiável, o consumidor deve buscar informação sobre as taxas de juros e verificar se as parcelas estão de acordo com a realidade do seu orçamento. O cartão de crédito, ao contrário do que muitos pensam, não é um vilão para o consumidor. Tudo depende de como ele é utilizado. Se ele não pagar a fatura integral e acabar optando pelo rotativo ou parcelamento, vai arcar uma taxa de juros que varia de 150% a quase 500%, em média.
O estudo aponta ainda que seis em cada dez (62%) consumidores manifestaram a intenção de reduzir seus gastos neste mês de maio, enquanto 32% planejam mantê-los no mesmo patamar. Os que vão aumentar os gastos representam apenas 3% dos entrevistados. Entre quem vai desembolsar menos nas compras, 24% estão sempre tentando economizar, 20% o fazem porque sentem que os produtos estão mais caros e 15% por estarem endividados.
De acordo com o levantamento, apenas 15% dos consumidores brasileiros estão com as contas no azul. Ou seja, com sobra de recursos para consumir ou fazer investimentos. A maior parte (43%) admite estar no zero a zero, sem sobra e nem falta de dinheiro, enquanto 34% encontram-se no vermelho e não conseguem pagar todas as contas com a renda que possuem.
O educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José Vignoli, avalia que a quantidade de consumidores no limite de seu orçamento pode ser reflexo da crise econômica.
Excluindo os itens de supermercado, os produtos que os consumidores planejam adquirir ao longo do mês de maio são em sua maioria itens de farmácias (20%), roupas, calçados e acessórios (18%), recarga para celular pré-pago (15%) e perfumes e cosméticos (10%). Os que não pretendem realizar compras somam 35% dos consumidores.
R7