Cerca de 62% das famílias baianas não permitiram a doação de órgãos de seus parentes. De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o índice de recusa registrado no estado é o terceiro mais alto da região Nordeste: no Maranhão, 69% das famílias dizem não à doação, enquanto na Paraíba esse número é de 65%. A taxa nacional de recusa é 43%. Para o cirurgião cardiovascular José Lima Oliveira Júnior, integrante da Comissão de Remoção de Órgãos da ABTO, a falta de permissão familiar é o principal entrave para aumento da efetivação da doação de órgãos no Brasil. “Por falta de informação, infelizmente, muitas famílias dizem não à doação de órgãos de seus parentes. Precisamos reverter essa situação e aumentar o número de transplantes por meio de campanhas que mostram a importância da doação de órgãos para salvar vidas”, destaca o doutor Lima, que é o criador da Campanha Setembro Verde, que tem o objetivo de conscientizar e alertar a população para a necessidade da doação de órgãos. O levantamento também aponta que no primeiro semestre deste ano a taxa de doadores efetivos de órgãos na Bahia está abaixo da média nacional. Enquanto no Brasil a taxa de doadores efetivos de órgãos é de 14,6 doadores a cada milhão de habitante, a Bahia registrou 7,9 doadores a cada milhão de habitante. A Bahia tem 1.915 pessoas na fila do transplante, sendo que 838 aguardam por um rim, 15 esperam por um fígado, 1 coração, 3 pulmão, 1.058 córnea. Uma pesquisa recente da ABTO mostra que a taxa de doadores efetivos cresceu 11,8% no primeiro semestre deste ano, passando de 14,6, doadores por milhão de habitantes para 16,2. A pesquisa mostra que, atualmente, 32.956 brasileiros estão na fila à espera de um órgão. A maioria aguarda por rim (20.523), 1.203 aguardam fígado, 260 esperam por coração, 171 pulmão, 26 pâncreas, 519 pâncreas/rim e 10.254 córnea. O estudo também aponta que das 17.713 pessoas que ingressaram na lista de espera 1.158 morreram.