“A queda das taxas de juros e a lenta recuperação da renda do trabalho têm favorecido a retomada gradual em algumas modalidades de crédito, com impacto sobre o endividamento”, pontua Bruno Fernandes, economista da CNC.
Apesar da alta do percentual de famílias endividadas, a proporção daquelas com dívidas ou contas em atraso diminuiu em outubro, atingindo 26% das famílias, ante 26,5% em setembro. Na comparação com outubro de 2016, entretanto, houve alta de 1,3 ponto percentual.
A proporção de famílias que declararam não ter condições de pagar as suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes apresentou queda na comparação mensal, alcançando 10,1% em outubro de 2017, ante 10,9% em setembro, que havia sido o maior patamar da série histórica. Na comparação com o mesmo período de 2016, houve alta de 0,3 ponto percentual.
Endividamento cai
A proporção de famílias que relataram endividamento elevado diminuiu entre os meses de setembro e outubro – de 15% para 14,6% do total de famílias. Na comparação anual, houve estabilidade. O percentual de famílias que se declararam pouco endividadas subiu na base de comparação mensal: passou de 24% para 24,5% do total entrevistado. Em relação ao mesmo período de outubro de 2016, também ocorreu aumento de 0,7 ponto percentual.
Dívidas
O tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas foi de 63,8 dias em outubro de 2017, superior aos 62,9 dias de outubro de 2016. Em média, o comprometimento com as dívidas foi de 7,2 meses, sendo que 32,8% das famílias possuem dívidas por mais de um ano. Entre aquelas endividadas, 24% afirmam ter mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.
Para 76,7% das famílias que possuem dívidas, o cartão de crédito permanece como a principal forma de endividamento, seguido de carnês (16,7%) e financiamento de carro (10,2%).
Os dados da pesquisa da CNC são coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com cerca de 18.000 consumidores. O levantamento é feito desde 2010.
R7