Entre as condições de saúde que afetam mulheres em idade reprodutiva, a endometriose é uma das mais desafiadoras. Marcada por dores fortes que chegam a ser incapacitantes, é uma das maiores causas de infertilidade feminina. Diante desse cenário, a campanha Março Amarelo reforça a importância do diagnóstico e tratamento adequado para garantir qualidade de vida e reduzir complicações associadas a uma doença sem cura.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 7 milhões de brasileiras sofrem com a inflamação crônica. Na Bahia, cerca de 60% das mulheres inférteis enfrentam o quadro, segundo dados do Movimento Brasileiro de Conscientização da Endometriose (MovEndo). A doença se dá quando o tecido da camada interna do útero cresce em outras regiões do corpo, como os ovários, trompas de falópio, intestino e bexiga.
Médica ultrassonografista do IHEF, Taiana de Alcantara (CRM – BA 18726) explica que os exames de imagem são essenciais para o diagnóstico preciso e o acompanhamento, possibilitando a identificação de lesões, avaliação da localização e profundidade, além de auxiliar na escolha do tratamento mais adequado para cada paciente.
“Dentre os principais exames para o diagnóstico dessa condição estão a ressonância magnética, que oferece uma visão detalhada das lesões mais profundas, e a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal, que é o procedimento padrão”, aponta.
Descoberta precoce
No caso da endometriose, por se tratar de uma doença silenciosa, pode ser assintomática no início ou até mesmo apresentar sintomas que sejam facilmente confundidos com processos naturais do ciclo menstrual e do sistema reprodutivo. Devido a isso, a profissional lembra que cólica menstrual intensa, dor pélvica, dores durante as relações sexuais, fluxo menstrual elevado, alteração no ritmo intestinal, dor ao evacuar e/ ou sintomas urinários coincidindo com período menstrual são alguns dos sinais que indicam a necessidade de auxílio médico.
Como os exames de rotina são aliados da saúde feminina, fora as consultas regulares com ginecologista, é indispensável a realização de exames capazes de detectar a presença do quadro, os órgãos comprometidos e a extensão do problema. “É através das análises que o especialista consegue definir o melhor tratamento a ser adotado, que pode incluir o uso de medicamentos e intervenção cirúrgica”, afirma a ultrassonografista.
Formas de tratamento
O combate à endometriose pode variar conforme a gravidade e as demandas de cada paciente. Em geral, os tratamentos clínicos acontecem por meio de medicamentos que visam regular a produção hormonal, sobretudo do estrogênio e da progesterona. Já os cirúrgicos envolvem videolaparoscopia ou cirurgia robótica, sendo indicados em situações específicas.
Assim como no processo de identificação, os exames são fundamentais para a eficácia terapêutica. “Vale destacar que, além do diagnóstico, os exames de imagem ajudam na avaliação da resposta ao tratamento, como estabilização ou regressão do quadro”, pontua Taiana de Alcantara.