A rotina atribulada de gravações e projetos de Marcos Pasquim, 51, teve de dar uma pausa logo quando o ator começaria a filmar cenas de um longa de adrenalina, em março passado. Na ocasião, começava a ser difundida a quarentena em todo o país, e as filmagens foram suspensas.
Cinco meses depois, com todos os requisitos de segurança, ele conta ter podido, enfim, iniciar as gravações no interior de São Paulo. No filme, programado para o fim de 2021 ou 2022, Pasquim viverá um motociclista que é contratado com sua equipe de motocross e cai em uma cilada.
“O personagem é o Ajax, dono de uma equipe de MotoCross, viúvo e pai de uma filha que quer correr de moto e ele não aceita. Após cairmos na tal emboscada, acabamos tendo de nos virar para tentar escapar dessa tormenta. Um filme de muita ação, perseguição, saltos e emoção”, adianta Pasquim, em entrevista à Folha de S.Paulo.
Aos moldes de “Velozes e Furiosos”, “Tração – O Filme” tem como diretor André Luis Camargo e traz Nelson Freitas, Mauricio Meireles, Bruna Altieri, André Ramiro e Paola Rodrigues no elenco. As filmagens ocorrem entre Florianópolis (SC) e Campinas (SP).
Para o ator, ficar parado até que as filmagens fossem restabelecidas foi um pouco frustrante. “Além do filme eu tinha uma peça toda preparada para entrar em cartaz em um mês. Chama ‘O Chefe’ e tem eu e mais um ator”, diz Pasquim sobre o espetáculo que ainda não tem data para estrear.
“Com a quarentena eu tenho lidado da maneira que consigo. Parei de trabalhar, mas procurei manter a vida saudável. Andava de bike, me alimentava bem. A maior dificuldade foi ficar sem ver meus amigos e minha família”, relembra o artista que mora sozinho no Rio de Janeiro.
Longe da TV desde “O Tempo Não Para” (Globo, 2018), Pasquim conta que ainda não tem projetos para a televisão, mas que gostaria de voltar. “TV é uma delicia, gostoso. Se me convidarem eu volto, quero fazer coisas como minisséries, por exemplo.”
O contrato extenso de Pasquim com a Globo terminou em 2015, agora ele trabalha apenas por obra. “Ficar livre para poder fazer qualquer coisa. Fiquei muito tempo na Globo e amava, mas em alguns casos eu não consegui fazer alguns trabalhos por estar com exclusividade no canal”, diz.
Enquanto o convite não aparece, ele faz o que pode para se manter na ativa profissionalmente. Já gravou uma participação em um seriado totalmente remoto de alguns amigos, e também almeja trabalhar com outras plataformas. “Um personagem que sonho fazer é Ricardo Terceiro [antigo rei da Inglaterra cujo drama foi escrito por William Shakespeare]. Pode ser no teatro ou em qualquer lugar”, reforça.
O artista imagina que ainda fará muita coisa em sua trajetória. “O balanço que faço da minha carreira é positivo, e ainda tenho muito o que percorrer e muito o que aprender.”
20 ANOS DE “UGA UGA”
Em 2020 se comemora duas décadas do primeiro grande sucesso de Marcos Pasquim na TV: a novela de Carlos Lombardi “Uga Uga”. Nessa trama, Pasquim dava vida a um dos personagens descamisados da narrativa, o mulherengo Casemiro. Na época, o ator se tornou um símbolo sexual.
“Falar de ‘Uga Uga’ é maravilhoso. As pessoas lembram até hoje da novela. Muitas delas falam sobre isso comigo de uma forma divertida. É bacana não cair no esquecimento, pois marcou a vida das pessoas”, diz.
Outro sucesso e que fez com que Pasquim voltasse aos holofotes foi “Kubanacan” (Globo, 2003). Mais um personagem sem camisa e escrito para ele por Carlos Lombardi. Na história, o paulistano viveu três personagens igualmente descamisados: Esteban (León), Adriano e o verdadeiro Esteban.
“Fiz muitos galãs sem camisa, mas não sinto falta desse tipo específico, não, apesar de não ter problemas em fazê-los”, conta. “Esse tipo tem em todas as novelas. E hoje em dia deixa para o Cauã [Reymond], o Caio Castro, a galera que tem corpo bonito pode continuar tirando a camisa”, brinca.
Apesar dos 51 anos e da falta de saudade dos papéis que expõem o corpo, Pasquim segue mantendo a forma e diz não se considerar vaidoso. “Eu me cuido, procuro ter saúde, e aparência é consequência. Não sei se me considero um galã, pois isso é um personagem. Mas se quiserem me chamar para fazer galã, a idade não será problema”, reforça o ator, pai de uma menina de 15 anos, Alícia.