O presidente Jair Bolsonaro decolou esta manhã de Brasília mais uma vez com destino ao Nordeste, dando sequência à séria de viagens à região, onde ampliou recentemente sua aprovação política, avançando sobre território eleitoral de oposicionistas. Desta vez, a viagem privilegia obras no estado de seu ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho: o Rio Grande do Norte.
Após ser o principal artífice do mais importante ajuste fiscal promovido na gestão de Bolsonaro, a reforma da Previdência, Marinho se consolidou como espécie de “coringa” do governo, tendo sido cotado para cargos de articulação política, por causa de sua reconhecida habilidade no trato e capacidade de negociação. Ao deixar a posição subalterna a Paulo Guedes na equipe econômica, porém, o ministro é agora visto como antogonista do ex-chefe, com quem já se desentendeu justamente sobre como aplicar os recursos públicos.
Ao lado de Marinho, Bolsonaro hoje participa da entrega 300 unidades habitacionais em Mossoró, acompanha a perfuração de poço numa comunidade em Ipanguaçu e inaugura 23 sistemas dessalinizadores do Programa Água Doce. Também integra a comitiva a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que participa da entrega de Títulos de Domínio para 1060 famílias de agricultores assentados. Fábio Faria, ministro das Comunicações, anunciará medidas de ampliação do acesso à internet para a população do estado de Rogério Marinho.
A agenda toma todo o dia do presidente, que retorna a Brasília apenas no final da tarde. Ao lado do ministro Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura, Marinho é hoje o principal conselheiro de Bolsonaro nas ações para retomada de obras e aproximação do eleitorado do interior do país. Ao lado de setores militares, os dois ministros são identificados como integrantes da ala do governo que sugere a manutenção de gastos. Defendem que o presidente se prepare para “deixar um legado” e chegue a 2022 com um “elenco de realizações de sua gestão”, impedindo que seu governo seja “imobilizado” pela grave crise causada pela pandemia de coronavírus.
R7