A Associação Médica Brasileira (AMB) criticou, em nota publicada nesta quarta-feira (14), a inclusão de novas terapias alternativas no Sistema Único de Saúde (SUS). Para a entidade, é “ultrajante” e “um desrespeito” o direcionamento de recursos do SUS para as práticas. “Vemos o uso do orçamento da união, ou seja, o dinheiro da população, que deveria estar sendo aplicado em áreas da saúde negligenciadas, sendo gastos em ‘terapias’ com a total falta de reconhecimento científico”, diz a nota. A AMB ressalta a situação vivida pelos brasileiros de filas para cirurgias e exames, além de hospitais superlotados, desativação de leitos e avanço de doenças. “Os números divulgados pelo Ministério da Saúde, de que as práticas integrativas estão presentes em 9.350 estabelecimentos, em 3.173 municípios e que 88% dos estabelecimentos são na Atenção Básica, assustam, aliados ao registro de mais de 1,4 milhão de atendimentos individuais em tais ‘terapias'”, acrescenta a entidade. A nota salienta que, entre as práticas integrativas, estão duas especialidades médicas reconhecidas: homeopatia e acupuntura. A nova medida do Ministério da Saúde, divulgada na última terça, incorporou ao SUS as seguintes terapias: apiterapia, aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, imposição de mãos, ozonioterapia e terapia de florais. No total, são oferecidos 29 procedimentos.
Bahia Notícias