Desinformação a respeito da sexualidade e machismo são alguns dos fatores causais da Disfunção Erétil, conhecida popularmente como impotência sexual. O medo do declínio sexual com a idade e a preocupação constante de demonstrar virilidade geram, muitas vezes, a dificuldade de iniciar ou manter a ereção peniana. Isso acontece quando “o homem esquece que sexo é envolvimento e intimidade entre duas pessoas, algo que se aprende praticando, sem medos ou preconceitos”, explica o urologista e andrologista Francisco Costa Neto.
Segundo o médico, diretor da Clínica do Homem, a autoestima e a autoconfiança são fundamentais para garantir não apenas uma ereção eficiente como a própria satisfação sexual. Além disso, destaca, “corrigir o problema da desinformação sexual e as expectativas irreais a respeito do sexo pode resolver grande parte dos casos de Disfunção Erétil”. A superação de mitos também é importante. Equivocadamente, muitos homens acreditam que a partir de certa idade as ereções irão cessar. Outros pensam que a masturbação é prejudicial a saúde ou que sexo oral é anti-higiênico. “Todas essas informações precisam ser revistas”, completa o especialista.
CAUSAS ORGÂNICAS – Obviamente, a Disfunção Erétil pode ter causas orgânicas ou, como é mais comum, ser causada pela fusão de fatores fisiológicos e psicológicos. Quando a natureza do problema não decorre de problemas como depressão, estresse intenso, ansiedade em relação ao desempenho sexual e desinformação a respeito da sexualidade, sua origem pode estar associada ao uso de medicações anti-hipertensivas e diuréticas, problemas circulatórios, distúrbios neurológicos ou desequilíbrio hormonal (andropausa).
O uso de drogas, alcoolismo, doenças renais, problemas hepáticos e algumas doenças circulatórias que reduzem o fluxo sanguíneo para o pênis, como a aterosclerose, hipertensão, diabetes e Doença de Peyronie, também podem prejudicar a ereção. Além disso, o desequilíbrio hormonal, chamado de Deficiência Androgênica ou Andropausa, pode levar à diminuição da libido. “Muitos homens com idade acima dos 40 anos podem precisar de reposição hormonal periódica. A avaliação da testosterona deve ser feita anualmente a partir desta idade”, aconselha Francisco Costa Neto.
O médico acrescenta, ainda, que a existência de patologias que reduzam ou interrompam o suprimento nervoso, tais como diabetes, lesões de medula, esclerose múltipla e tabagismo podem influenciar o início da Disfunção Erétil. No Mal de Parkinson, observa-se a ocorrência de ereções involuntárias e anorgasmia (ausência de orgasmo). Os pacientes submetidos à prostatectomia radical (retirada da próstata) para tratamento do Câncer de Próstata podem apresentar lesão nervosa total ou parcial.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO – Para confirmação diagnóstica da Disfunção Erétil, além de uma boa conversa com o médico, o Andrologista pode solicitar exames complementares, como o laboratorial para verificação de dosagens hormonais; teste de indução de ereção por meio de medicação injetada diretamente no pênis; duplex scan peniano, entre outros.
Se a causa do problema for de origem psicogênica, o casal deve buscar ajuda e aconselhamento sexual psicoterápico. Se a doença tem origem orgânica, o tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico. “A boa notícia é que quase todos os problemas de disfunção sexual são resolvíveis nos nossos dias, pois já dispomos de um arsenal de medicações e técnicas suficientes para tratá-los com eficácia”, afirma o diretor da Clínica do Homem.
Embora vivamos na era dos conhecidos comprimidos para tratar a Disfunção Erétil – Viagra, Levitra, Zydena, Cialis e outros medicamentos são uma realidade no tratamento da doença –, as injeções de substâncias vasoativas como Trimix continuam sendo utilizadas por pacientes selecionados, principalmente por aqueles que não obtiveram boa resposta com o uso dos comprimidos.
Além disso, “realizamos cirurgias vasculares para correção cirúrgica da Fuga Venosa. E, por último, quando nenhuma outra solução é possível, podemos apelar para a colocação de próteses penianas”, conclui o médico. De qualquer modo, é preciso evitar a automedicação. Qualquer tratamento só deve ser realizado de acordo com o devido acompanhamento médico