Villa explica que a administração da petroleira brasileira tem mostrado sinais claros de foco na produção, desfazendo-se de operações nas quais havia menos chance de lucro, como a distribuição — a BR Distribuidora foi privatizada em 2019.
“A ação pode sofrer novas baixas no curto prazo, mas é importante ter em mente que Rússia e Arábia Saudita [pivôs na crise do petróleo] são países extremamente dependentes dos combustíveis fósses e vão ter que chegar a um acordo em breve”, explica o economista. “E quando isso ocorrer, o preço da Petrobras volta a subir imediatamente.”
Ele também adiciona à lista de boas perspectivas para o caso da petroleira nacional a conclusão de que em algum momento ocorrerá a recuperação econômica da China, responsável pelo início da crise mundial com a expansão das infecções pelo novo coronavírus, que já contaminou mais de cem mil pessoas em mais de cem países, com 3.817 mortes registradas até segunda-feira. No Brasil são 25 casos.
A estagnação da produção chinesa fez o país diminuir a exportação de combustíveis e desencadeou a briga entre Rússia e os países exportadores de petróleo. Os russos não aceitaram conter a distribuição para segurar os preços no mundo e deu-se assim a tragédia nas bolsas internacionais.
“Não há nada hoje que mostre que o petróleo vai deixar de ser de extrema importância para a economia mundial. Analisando a situação em médio e longo prazos, a ação tem enorme chance de se valorizar”, afirma Álvaro Villa.
A orientação que ele dá aos investidores mais receosos ou que estão entrando agora no mercado de ações é colocar o dinheiro aos poucos na aplicação.
“Use agora 30% da quantia que você tem para investir. Avalie após alguns dias como foi a valorização ou desvalorização. Depois de uma semana, se se sentir confortável, ponha mais 30%, e assim gradativamente.”
“A flutuação é natural. Há períodos de grandes perdas, como ocorreu no início da Operação Lava Jato, por exemplo, mas essas quedas foram repostas com o tempo”, comenta.
“Não dá para ter certeza do quanto a ação vai crescer ou quando isso vai ocorrer, certo apenas é que no fim de todo dia a Petrobras terá produzido petróleo e que esse produto movimenta a economia de vários países do mundo”, acrescenta.
R7