Médicas dermatologistas e sócias da clínica inDerm, Camila Sampaio e Fernanda Ventin explicam que, apesar da condição não ter cura, há tratamento para estabilizar o quadro
No dia 25 de junho, é comemorado o Dia Mundial do Vitiligo – um calendário criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) com o objetivo de conscientizar e combater estigmas relacionados a esta doença. Contudo, apesar disso, ainda há muitas dúvidas em relação ao vitiligo, como quais são os motivos que fazem com que ela surja, os sintomas e tratamentos.
Médicas dermatologistas e sócias da clínica inDerm, Camila Sampaio e Fernanda Ventin esclarecem todos esses questionamentos sobre o vitiligo que, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), atinge mais de 1 milhão de pessoas no Brasil. De acordo com Camila, “a enfermidade é caracterizada por manchas de despigmentação na pele que surgem devido à ausência ou diminuição da melanina. É uma condição não contagiosa e inflamatória que pode ser influenciada por vários fatores”.
Entre as principais causas, estão a predisposição genética e alterações autoimunes, nas quais o próprio sistema imunológico agride os melanócitos (células que produzem melanina) o que gera a perda de coloração natural da pele, afirma Fernanda.
“Hoje, a teoria mais aceita é que se trata de uma doença autoimune, inflamatória, mas outros fatores genéticos e também do meio podem contribuir com a manifestação da doença, como o estresse emocional, que pode funcionar como um gatilho ou fator de piora em pacientes já geneticamente predispostos”, esclarece a dermatologista.
Sintomas e tratamentos
Na maioria das vezes, os pacientes com vitiligo apresentam como sintoma apenas as manchas brancas na pele, ressalta Camila. “Essas lesões de despigmentação podem estar isoladas ou espalhadas no rosto e por diversas partes do corpo, como cotovelos, genitais, joelho e extremidades como mãos e pés; também são comumente encontradas em áreas de traumas”, explica a médica.
O vitiligo, embora não tenha cura, não desencadeia limitações físicas ou cognitivas e pode ser controlado por meio de tratamentos dermatológicos. Segundo Fernanda, as possíveis terapias para a doença são: medicações em creme, como corticoides, medicações de uso oral para casos mais extensos, tratamentos com fototerapia, que estimulam a pigmentação nas manchas, e até mesmo técnicas cirúrgicas com micro enxertos de pele para quadro estáveis. “O objetivo desses tratamentos é controlar a natureza inflamatória da doença e estimular a pigmentação das manchas despigmentadas”, destaca Fernanda.