De 01 a 07 de agosto comemora-se a Semana Mundial de Aleitamento Materno. Este ano, a campanha tem como tema “Trabalhar juntos para o bem comum” e tem com objetivo aumentar o número de novas doadoras voluntárias e o volume de leite humano coletado e distribuído aos recém-nascidos prematuros e de baixo peso. A mestre em Alimentos, Nutrição e Saúde e professora do curso de Nutrição do Centro Universitário Estácio da Bahia, Andréa Oliveira, ressalta o quanto a amamentação é necessária para a saúde do bebê.
De acordo com a professora, a amamentação ao seio materno constitui a melhor forma de alimentar o recém-nascido. “O leite humano é um alimento completo. Ele contém água e todos os elementos nutricionais necessários ao desenvolvimento neuropsicomotor da criança. Além disso, ele reforça a imunidade do bebê e estreita a relação entre mãe e filho”, explica Andréa.
A Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde do Brasil recomendam que o aleitamento materno seja a forma exclusiva de alimentação da criança até o seu sexto mês de vida. A partir deste período, as necessidades nutricionais precisam ser complementadas com a introdução de novos alimentos, mas o leite materno deve continuar fazendo parte da dieta infantil e sendo a única fonte láctea até os dois anos de idade.
“Evidências científicas apontam que a amamentação exclusiva ao seio materno nos primeiros seis meses e prolongada de forma complementar até os dois anos de vida é capaz de conferir saúde, crescimento físico e desenvolvimento cognitivo adequados e auxiliar na prevenção doenças crônicas, como obesidade, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, osteoporose, e alguns tipos de câncer”, diz Andréa.
Andréa afirma que um dos principais mitos relacionados à amamentação é de que o leite materno é fraco e insuficiente para satisfazer as necessidades do bebê. “Essa crença pode fazer com que outras fontes alimentares sejam introduzidas de forma muito precoce, levando muitas vezes à interrupção da prática de amamentar ao seio”, diz.
A especialista em nutrição materna e infantil ressalta que o uso de outros leites ou fórmulas industrializadas em substituição ao leite materno não é aconselhável, pois o leite humano é específico e por isso mais adaptado às condições de maturidade ou imaturidade do aparelho gastrointestinal, renal e hepático do bebê. “Essa substituição pode acarretar sobrecarga ao organismo da criança e estimular o desenvolvimento de alergias e disfunções gastrointestinais e aumento do risco de infecções alimentares por conta da manipulação do alimento, da higienização dos utensílios e da qualidade da água utilizada no preparo”, diz.
“Se por algum motivo a criança não tiver acesso ao leite materno, recomenda-se a utilização dos estoques dos Bancos de Leite Humano (BHL). Por isso, as fórmulas só devem ser utilizadas para aquelas crianças que a amamentação ao seio estiver contraindicada ou não houver acesso aos BLH”, complementa.
A professora ainda aconselha que é importante que toda a família esteja envolvida e que os profissionais de saúde sejam capacitados a auxiliar o binômio mãe-filho a estabelecer e prolongar o aleitamento ao seio materno, pois amamentar é um investimento para toda a vida.