Minas Gerais enfrenta aumento no número de casos de conjuntivite. Desde o início do ano, já foram registrados 118 surtos em 41 municípios do estado, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde.
Não existe contagem do número de pessoas infectadas pelo vírus porque a conjuntivite não é uma doença de notificação obrigatória, ou seja, os municípios não precisam informar a secretaria estadual quando confirmam um diagnóstico, apenas quando identificam um surto.
Surto é quando surgem mais casos do que o esperado de determinada doença em determinado lugar.
A cidade do Rio de Janeiro, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, também enfrenta um surto da doença. O número de casos na capital carioca aumentou em diferentes pontos da cidade.
A doença virou assunto nas redes sociais nos últimos dias. Desde a terça-feira (13) a jornalista Sônia Abrão apresenta seu programa diário na RedeTV!, A Tarde é Sua, de óculos escuros por causa da conjuntivite.
Algumas pessoas criticaram a apresentadora porque ela poderia passar a doença para os colegas.
O oftalmologista e professor da Unifesp, Rubens Belfort Neto, explica que a conjuntivite é contagiosa, mas o isolamento não é obrigatório.
“Uma pessoa com conjuntivite pode continuar trabalhando, mas tem que tomar cuidado pra não passar para outras pessoas, não colocar a mão nos olhos e estar sempre com as mãos limpas”, explica Belfort.
De acordo com o oftalmologista, é possível trabalhar sem contaminar os colegas porque a conjuntive não é transmitida pelo ar, mas pelo contato indireto. Se o doente mantém as mãos limpas, não dividir toalha ou maquiagem, não vai transmitir.
“O uso de álcool gel ajuda a diminuir o risco de contágio, assim como o óculos, que impede a pessoa de colocar a mão no olho”, reforça o médico.
O que é conjuntivite
Conjuntivite é uma inflamação na conjuntiva, a membrana que reveste a parte branca dos olhos e o lado de dentro das pálpebras. A função da conjuntiva é proteger e manter a lubrificação do olho.
A inflamação normalmente acontece por causa de um vírus, a conjuntivite bacteriana é muito rara. A doença é mais comum na primavera e no verão porque esses microrganismos se multiplicam mais no calor.
Os sintomas são olhos irritados e pegajosos por causa da secreção e coceira e sensibilidade à luz. A doença tem um ciclo que dura, em média, 15 dias e ocometer um ou os dois dois olhos, não necessariamente ao mesmo tempo.
Não existe colírio para tratar a conjuntivite viral. De acordo com o oftalmologista Belfort Neto, o tratamento é para amenizar os sintomas, feito com “paciência, cuidado para não contaminar outras pessoas e compressa de água limpa gelada”.
R7