“O governo e o Congresso consideraram apenas a inflação estimada para calcular o novo piso nacional. A política de valorização do mínimo que vigorava nos últimos anos, não foi considerada. Com isso, deve-se ampliar ainda mais a diferença do mínimo real para o mínimo ideal”, diz José Silvestre, coordenador de relações sindicais do Dieese.
Em setembro, de acordo com o Dieese, o salário mínimo para suprir as reais necessidades do trabalhador deveria ser de R$ 3.980,82.
Em outubro, esse valor não deve variar muito do montante avaliado para setembro, segundo Silvestre. Atualmente, o piso nacional é de R$ 998.
Até 2019, segundo o coordenador do Dieese, prevaleceu a política de correção pela inflação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) medida nos últimos 12 meses, acrescida da variação do PIB (Produto Interno Bruto) dos últimos 24 meses,
Se o governo considerasse o ganho real, de acordo com o coordenador do Dieese, o impacto na renda do trabalhador e na economia seria bastante positivo.
“Estima-se que mais de 48 milhões de pessoas recebam o salário mínimo no país. O piso também serve de referência para o cálculo do reajuste de diversas categorias. Certamente causará impacto nessas negociações, que não devem atingir o aumento real também”, comenta Silvestre.
Para calcular a estimativa de quanto deveria ser o mínimo nacional, o Dieese considera a cesta básica mais cara de 17 capitais.
Também são levadas em conta as necessidades básicas do trabalhador e de sua família, conforma estabelece a Constituição Federal: alimentação moradia, saúde, higiene, educação, vestuário, lazer, transporte e Previdência Social.
O maior valor da cesta básica registrado no mês passado foi em São Paulo (R$ 473,85). O mais baixo foi Aracaju (R$ 328,70).
A diferença entre o salário mínimo real (que prevalece atualmente) e o necessário (calculado pelo Dieese) caiu de agosto para setembro.
Em agosto, o mínimo ideal apurado era de R$ 4.044,58 (4,05 vezes o salário mínimo atual).
Arte/R7
R7