O MPSP (Ministério Público de São Paulo) afirma que identificou atos de improbidade administrativa praticados policiais civis do Estado. O esquema, apelidado de “mensalão da polícia”, consistia na cobrança de valores para que mercadorias de procedência duvidosa não fossem apreendidas em estabelecimentos situados na região central da cidade de São Paulo.
De acordo com o Ministério Público, os agentes se articulavam e se revezavam na execução dos crimes e usavam as viaturas para transportar os malotes com as propinas. Em alguns casos, os produtos que deveriam ser apreendidos eram desviados pelos policiais em benefício próprio.
A investigação aponta para a percepção de vantagem econômica indevida que resultaram no enriquecimento ilícito dos policiais, prejuízo ao erário e violação aos princípios da Administração Pública.
A maior parte dos agentes públicos envolvidos integrava o 12º Distrito Policial, situado no entorno da região do Pari, centro comercial da capital conhecido como a “nova 25 de março”, em referência a rua famosa de comércio popular. O local é atualmente ocupado por muitos comerciantes árabes e chineses.
“As diligências de campo e as interceptações telefônicas realizadas ao longo das investigações permitiram o conhecimento das diversas ilicitudes perpetradas pelos agentes públicos e por comerciantes a eles associados”, afirma o Ministério Público.
As investigações apontam que o investigador de polícia do 12º distrito, João Pedro Martins Basso, e o então do delegado da unidade, Wilson Roberto Zampieri, figuravam como os maiores canais de comunicação entre os demais agentes e os comerciantes chineses da região.
Outro lado
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e a Polícia Civil do Estado de São Paulo afirmam que “não foram cientificadas oficialmente sobre a referida ação civil pública em apreciação pela 10ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça”. Oe órgão garantem que “prestarão as informações necessárias” assim que forem notificados.
R7