O marqueteiro Renato Pereira citou em sua delação, ainda não homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que foi convidado para uma reunião com o atual ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), para tratar de facilidades para que sua agência, a Prole, vencesse uma licitação no Ministério da Saúde. Segundo o depoimento do delator, à Procuradoria-Geral da República, quando a pasta era ocupada por Marcelo Castro, do também do PMDB, e Picciani não era ministro – ele assumiu o cargo em 12 de maio de 2016, após afastamento da presidente Dilma Rousseff. Segundo informações do site Globoesporte.com, Picciani ainda teria pedido 4,5% de comissão da receita bruta da empresa em troca do direcionamento da conta de publicidade do Ministério da Saúde. No primeiro momento, Pereira teria recusado o valor. Contudo, numa segunda reunião, o atual ministro do Esporte teria fechado o percentual de 3%, posteriormente aceito pelo delator. Após o acordo, Pereira revelou ter ido em Brasília para reunir-se com um intermediário do Ministério da Saúde, quando foi acordado que a Prole seria uma das agências da pasta. Contudo, após a queda de Dilma, a família Picciani perdeu força, o que fez o acordo ser cancelado. Em 2016, já no Ministério do Esporte, Picciani teria se reunido novamente com Renato Pereira, conforme apontado pelo próprio delator, dessa vez no gabinete do próprio ministro. O intuito seria o mesmo: fechar acordo para que a Prole vencesse a licitação de publicidade para a pasta. No entanto, o marqueteiro teria considerado o negócio pouco lucrativo, então preferiu não aceitar a oferta. Em nota, a defesa de Picciani garante que as acusações são ‘fantasiosas’ e que nunca tratou com o ex-ministro Marcelo Castro sobre qualquer licitação para a pasta. Eles também afirmam que já houve encontros entre Picciani e Renato Pereira, mas sobre nenhum dos assuntos tratados nas denúncias. “Todas as minhas conversas podem se dar em público, uma vez que não pratiquei nem pratico qualquer irregularidade. Já me encontrei com Renato Pereira, mas não me recordo o local e nem quem solicitou que o atendesse. A denúncia é uma mentira de quem quer se livrar da cadeia acusando outros sem provas”, diz a nota. A família Picciani passa por maus bocados nesta semana. O irmão do ministro, Felipe Picciani , foi preso na última terça-feira (14), pela Polícia Federal. O pai de ambos, Jorge Picciani, se entregou à PF na tarde desta quinta (16).
Bahia Notícias