Ricardo Coimbra de Almeida Brennand, cujo sobrenome, por si só, traduz grandiosidades, com a sua morte, confirmada pelo Real Hospital Português, onde estava internado, anunciada na manhã deste sábado (25), em decorrência da Covid-19, aos 92 anos, passa a integrar o rol das memórias afetivas e das relevâncias sem precedentes da cultura de Pernambuco.
O engenheiro e empresário, primo do ceramista Francisco Brennand (1927-2019), se tornou mais uma vítima no Estado da pandemia que assola o mundo, mundo este, aliás, que o conhecia com admiração, diante da vastidão de um projeto arquitetônico pensado com opulência: o Instituto Ricardo Brennand (IRB), espaço criado por ele nos início do anos 2000 pensado para abrigar imensidões da arte em toda sua perenidade.
Foi de suas idas e vindas entre Oriente e Ocidente que Ricardo Brennand passou a compartilhar seu viés de colecionador, despertado ainda na infância quando ganhou do pai, Antônio Luiz de Almeida Brennand, um canivete.
“Ao longo de minha vida, por mais de meio século reuni, de forma apaixonada, os mais diferentes exemplares de armas brancas, produzidos por exímios artesãos”, diria ele na apresentação da página oficial na internet do IRB, mesmo espaço em que esboça a citação de que “Quando Deus quer, o homem sonha, a obra nasce” – uma espécie de clichê que, no entanto, vindo dele, ganha efetividade, haja vista o sem número de obras geradas dos seus devaneios.
Com um acervo que abriga arte e história desde a Idade Média até o século atual, Ricardo Brennand fez do seu Instituto um espaço “onde encontram-se guardados antigos sonhos do menino de ontem que conseguiu reunir notável acervo de peças artísticas”, em um complexo arquitetônico que mantém, por exemplo, em exposição permanente, uma coleção de pinturas de Frans Post (1612-1680) e o seu Brasil holandês, entre outros acervos (museológicos e bibliográficos), oficinas, cursos e atividades voltadas à preservação de patrimônios culturais.
R7