Uma mostra de cinema em São Paulo pretende discutir o ambiente escolar como local de transformação social e individual e de construção de formas de contestação. Chamada de Escola: Cidade Aberta, a mostra apresenta 17 filmes de diversos países, que trazem a escola como tema. A ideia é aprofundar a discussão sobre o processo de ocupação das escolas, movimento que começou na cidade de Diadema, na Grande São Paulo, em 2015, e que foi se espalhando pelo país.
Iniciadas na Escola Estadual Diadema, na região do ABC, na noite do dia 9 de novembro, as ocupações tinham o objetivo de combater a proposta de reorganização escolar do governo estadual. A ação começou a se espalhar e alcançou cerca de 200 escolas no estado, levantando a discussão sobre a qualidade do ensino nas instituições públicas. Um ano depois, o movimento se espalhou pelo país, desta vez contra o governo federal: os estudantes passaram a protestar contra a medida provisória que previa mudanças no ensino médio.
“A escola representada pelos filmes escolhidos é um lugar propício para o confronto de ações, instituição em que as relações de dominação e resistência são impulsionadas por diferentes instâncias de poder e luta”, disse Leonardo Amaral, curador da mostra.
Entre os destaques estão clássicos do cinema mundial como Os Incompreendidos (1959), de François Truffaut; Onde Fica a Casa do Meu Amigo (1987), de Abbas Kiarostami; e Bom Dia (1959), de Yasujiro Ozu. Há também filmes premiados com a Palma de Ouro em Cannes como Entre os Muros da Escola, de Laurent Cantet, e Elefante, de Gus Van Sant.
Além dos filmes, a mostra prevê atividades especiais, como uma palestra para discutir a opressão e as formas de resistência no ambiente escolar, e uma mesa-redonda, que busca refletir sobre o movimento de ocupação nas escolas estaduais de São Paulo.
O festival, que começou nessa quinta-feira (3), vai até o dia 16 de agosto na Caixa Belas Artes, na região da Avenida Paulista. A programação dos filmes está disponível no sitehttp://www.caixabelasartes.com.br/programacao/programacao-escola-cidade-aberta.
Agência Brasil