Começa hoje (27), na capital paulista, a 18ª edição da Mostra do Filme Livre (MFL), com a exibição de 155 filmes da produção audiovisual independente do país. A edição deste ano homenageia o cineasta mineiro Sylvio Lanna e o jornalista e cineasta pernambucano Geneton Moraes Neto (1956 – 2016). A mostra, com entrada gratuita, fica em cartaz no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) de São Paulo até o dia 22 de abril. No dia 16 de abril, estreia em Brasília, onde permanece até o dia 12 de maio, também no CCBB. No Rio de Janeiro, as exibições terão início em 8 de maio.
A curadoria do evento é formada por Gabriel Sanna, Diego Franco, Scheilla Franca e Guilherme Whitaker (GuiWhi), que é também criador da mostra. Foram três meses para selecionar os filmes da programação. GuiWhi destaca as características da mostra com obras feitas “para inquietar”.
“[Esses 18 anos de história] comprovam a força deste cinema urgente e possível de ser feito sem grandes recursos/patrocínios, a maioria dos filmes feita entre amigos, via coletivos e/ou sozinhos, e o fato de sermos hoje a principal e maior vitrine brasileira para essas produções é uma conquista que dividimos com todos que, desde 2002, tem apostado que vale a pena reverberar tais conteúdos”, destacou o idealizador do evento.
A programação também traz o Especial Júlio Bressane, exibindo dois trabalhos mais recentes do cineasta: Sedução da Carne e Nietzsche Sils Maria.
Homenageados
A abertura em São Paulo terá uma sessão especial, às 19h30, com apresentação de curtas sobre Sylvio Lanna e um curta de Geneton Moraes Neto, além da estreia internacional de dois curtas.
Lanna é mineiro de Ponte Nova e entrou pra história da cinematografia brasileira e mundial em 1970, quando finalizou seu primeiro e único longa: Sagrada Família, o qual, segundo a curadoria, é considerado um marco do “cinema marginal”. O cineasta estreará na Mostra de Filmes Livres duas produções: o média-metragem In Memoriam – O Roteiro do Gravador e o curta Um Cinema Caligráfico. Também será exibidoMalandro, Termo Civilizado (ou Malandrando), média-metragem de 1986, com participações de Moreira da Silva, Wilson Grey e Luís Melodia.
Geneton Moraes Neto começa a trajetória como cineasta na década de 1970 por incentivo e influência do crítico Fernando Spencer. Os curadores destacam que o período coincide com a popularização da câmera Super-8 sonoro, permitindo um “cinema com total liberdade e pouquíssimos recursos”. Serão exibidos nove filmes restaurados pela Cinemateca Pernambucana, produzidos entre os anos de 1973 e 1983.
A curadoria da programação em homenagem a Geneton foi feita pela coordenadora de Cinema da Fundação Joaquim Nabuco e da Cinemateca Pernambucana, Ana Farache, e do cineasta e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Paulo Cunha.
Agência Brasil