O motorista de aplicativo que foi preso em flagrante sob suspeita de estuprar uma passageira em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, na madrugada de sábado (14) foi banido pela empresa. Em nota, a Uber informou que “considera inaceitável e repudia qualquer ato de violência contra mulheres. A conta do motorista parceiro foi banida e a empresa está à disposição para colaborar com as investigações”.
A vítima relatou à polícia que foi a um bar com as amigas, onde tomou bebidas alcoólicas. Em determinado momento, começou a passar mal e vomitou. Depois disso, disse que não se recorda de ter entrado no carro chamado por aplicativo e que só recobrou a consciência quando começou a sentir dores. Então a passageira se deu conta de que estava dentro de um veículo com um homem desconhecido sobre seu corpo, praticando uma relação sexual.
Ela afirma que não conseguiu reagir e perdeu a consciência novamente, vindo a recobrá-la momentos mais tarde, quando ainda era estuprada. Em seguida, ela conseguiu sair do veículo e pedir ajuda para um funcionário de um prédio nas imediações, que acionou a PM.
A amiga relatou que estava no bar quando a vítima começou a passar mal, vomitar e a chorar. Por esta razão, chamou um motorista para levá-la e pediu que ele avisasse quando a deixasse em casa.
Por volta das 10h, a amiga recebeu uma ligação da passageira, contando que estava no hospital após ser estuprada pelo motorista. A vítima também questionou quem havia pedido o carro e como havia entrado no veículo, pois não se lembrava de nada.
Versão do motorista
O suspeito relatou à polícia que atendeu a uma solicitação de viagem em um bar em São Bernardo e, ao chegar o local, descobriu que a solicitante pediu a corrida para uma amiga, que deveria ser levada para Santo André, também no ABC. O motorista alega que, em nenhum momento, a passageira aparentava estar embriagada a ponto de não ter consciência de seus atos.
Ele disse que, durante o trajeto, a jovem pediu que parasse duas vezes o veículo para usar banheiro. Na primeira vez, ele parou no estacionamento de um supermercado, mas a jovem desistiu de descer. Na segunda vez, parou próximo a uma concessionária de rodovia. Novamente, a passageir desistiu de desembarcar. Porém, dessa vez, pediu que ele fosse para o banco traseiro.
O motorista atendeu ao pedido e os dois passaram a trocar carícias e tiveram relações sexuais. Após o sexo, conta o suspeito, permaneceram deitados no banco traseiro e a jovem adormeceu por alguns minutos. Ao acordar, a passageira se levantou de forma agressiva e disse ter sido vítima de violência sexual. Em seguida, acionou a Polícia Militar.
Em depoimento, o detido disse à polícia que a relação foi consensual. Ele alegou inclusive ter aguardado a chegada dos policiais, informando que nada de errado havia acontecido.
Exames
A vítima foi encaminhada ao Hospital Municipal Universitário de São Bernardo, onde passou por atendimento médico com prescrição de remédios preventivos. Também foram requisitados exames de corpo de delito ao Hospital Pérola Byington.
O veículo do acusado foi apreendido e encaminhado a perícia, que encontrou o sutiã da vítima. A saia usada pela passageira no momento do estupro também foi apreendida e encaminhada à perícia. O caso é investigado pelo 1° DP do município.
Uber
Em nota, a empresa informou que todas as viagens com a plataforma são registradas por GPS. Isso permite que, em caso de incidentes, a equipe especializada possa dar o suporte necessário, sabendo quem foi o motorista parceiro e o usuário, seus históricos e qual o trajeto realizado.
Destacou ainda que, como parte do processo de cadastramento para utilizar o aplicativo da Uber, todos os motoristas passam por uma checagem de antecedentes criminais realizada por empresa especializada a partir dos documentos fornecidos pelo próprio condutor. A Uber alegou que também realiza rechecagens periódicas dos motoristas já aprovados pelo menos uma vez a cada 12 meses.
R7