O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, voltou a defender nesta sexta-feira (17) o imposto sobre transações eletrônicas, sugerido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. “Se o Congresso aceitar, significa que a sociedade brasileira aceita, se não aceitar, paciência. Eu acho que tem que ficar muito claro [o objetivo] e não simplesmente criar o imposto por criar”, disse o general da reserva do Exército em entrevista à Rádiio Gaúcha.
Mourão acredita que a chamada nova CPMF, em menção ao imposto que vigorou no país de 1997 a 2007 e que taxa as movimentações financeiras, possar também ser uma complementação para o programa de renda mínima que o governo planeja criar.
“O que eu vejo na criação desse imposto de transações financeiras é que ele deve ter um fundamento muito claro. O ministro Paulo Guedes coloca como um substituto da desoneração da folha. Ao desonerar a folha haveria uma oportunidade muito maior da criação de empregos formais. Eu vejo ainda mais além, acho que ele pode ser utilizado o programa de renda mínima, o Renda Brasil, que vem sendo montado aqui pelo governo”, disse Mourão.
“Hoje nós temos uma série de transações eletrônicas que são feitas e não pagam tributo nenhum. Vamos lembrar que o nosso sistema de tributação atual, ele tem uma evasão /sonegação de mais de R$ 400 bilhões. Isso é muito dinheiro”, defendeu.
Na entrevista, Mourão falou também que o Brasil é um exemplo em suas políticas ambientais. “A coisa é muito clara. Agenda ambiental e da sustentabilidade são temas muito caros para o século 21. Nossa geração não pode exaurir os recursos naturais. Temos o código florestal mais avançado do mundo. Somos um exemplo de sustentabilidade. Desde 2012 vem ocorrendo um aumento do desmatamento na Amazônia. Tem que se tomar medidas repressivas necessárias para combater isso aí.”
Ele também elogiou a atuação do SUS (Sistema Único de Saúde) no combate aos casos de covid-19 e disse que já foi superado o desconforto entre as Forças Armadas e o STF (Supremo Tribunal Federal) após as críticas do ministro da Corte Gilmar Mendes.
“Já manifestei que o ministro Gilmar Mendes errou o tom. Passou da linha da bola. Crítica é bom ter, mas querer chamar de genocídio? Ministro errou. Mas é incidente superado, vida que segue. Temos coisas mais importantes para fazer.”