São cumpridos 12 mandados de prisão e 50 de busca e apreensão na capital paulista e cidades do litoral e interior do estado. Um dos presos e materiais apreendidos foram levados para a sede do Ministério Público, no centro de São Paulo.
As investigações, conduzidas por uma força-tarefa composta por oito promotores de Justiça e agentes de investigação do Gaeco e com apoio da PM, foram iniciadas no primeiro semestre de 2019, a partir do cruzamento de dados, e mira integrantes dos principais escalões do PCC (Primeiro Comando da Capital).
Segundo o MP, as provas revelaram que a cúpula da facção movimenta mais de R$ 100 milhões anualmente. O dinheiro é proveniente do tráfico de drogas e da arrecadação de valores com seus integrantes, com rigoroso controle em planilhas.
As investigações apontaram também que a cadeia logística do tráfico de drogas da facção envolve a participação de 21 pessoas, algumas já presas durante a apuração.
De acordo com o Gaeco, foi preso em 2018 o responsável pela administração do setor financeiro do PCC, apelidado de Tubarão. Com ele, foram apreendidas planilhas que indicavam remessas de valores para o Paraguai. Também havia no celular e computador uma extensa lista de conversas, telefones e dados importantes sobre o tráfico de drogas e lideranças.
Segundo o promotor Lincoln Gakyia, que participa da força-tarefa, a partir das apreensões e dados recolhidos com a prisão de Tubarão teve início a investigação. Assim o Gaeco identificou a atual liderança do PCC, principalmente na capital, após a saída de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, das ruas.
Para o Ministério Público de São Paulo, a operação é considerada a mais importante desde a remoção de Marcola e demais lideranças para o sistema penitenciário federal.
Agora a operação pretende prender os integrantes do grupo que assumiram o controle do esquema após a transferência dos líderes para presídios federais.
O esquema é investigado também na Bolívia, Paraguai e no continente africano.
R7