O Ministério Público Federal (MPF) denunciou 24 pessoas por crimes na área da saúde envolvendo o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), durante a gestão de Sérgio Côrtes na Secretaria de Saúde, no governo de Sérgio Cabral. A ação protocolizada ontem (7) é um desdobramento das operações Fatura Exposta e Ressonância, no âmbito da Lava Jato, que aprofundaram as investigações de uma organização criminosa responsável por corrupção, fraudes à licitação, cartel e lavagem de dinheiro em contratos entre o Into e o governo do Rio.
“Com efeito, após exaustiva investigação que contou com medidas cautelares de quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático, as operações Calicute e Eficiência conseguiram demonstrar como a organização criminosa comandada por Sérgio Cabral atuou para praticar atos de corrupção e lavagem que desviaram mais de US$ 100 milhões dos cofres públicos, mediante engenhoso processo de envio de recursos oriundos de propina para o exterior”, assinalaram na denúncia os 11 procuradores que a subscrevem.
Os denunciados são: Sérgio Côrtes, Miguel Iskin, Gustavo Estellita, Marco Antonio de Almeida, Marcus Vinícius de Almeida, Gaetano Signorini, Luiz Sérgio Braga Rodrigues, Márcia de Andrade Cunha, Wlademir Rizzi, Adalberto Rizzi, Antonio Georgete, Ivan Ireno, Frederik Knudsen, Daurio Speranzini, Ermano Marchetti, Norman Gunther, Devanir de Oliveira, Leandro Camargo, Julio Cezar Alvarez, Jair Veiga, André Loyelo, Luis Carlos Moreno, João da Luz e Rafael Magalhães.
Habeas corpus
Três dos denunciados – Speranzini, Iskin e Estellita – receberam hoje (8) ordem de soltura do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Eles estavam presos desde 4 de julho, por ordem do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro.
Speranzini é presidente-executivo para a América Latina da divisão de saúde da multinacional GE e antes, quando aconteceram os fatos, era presidente-executivo da divisão de saúde da Phillips.
Ao soltar o executivo, Mendes considerou que Bretas não demonstrou de forma suficiente como o investigado poderia continuar a cometer crimes, uma vez que já mudou de emprego.
No caso de Iskin e Estellita, Mendes considerou não haver argumentação suficiente para justificar os decretos de prisão preventiva. Por determinação do ministro, os três executivos não poderão se comunicar com outros investigados e estão proibidos de deixar o país, devendo entregar seus passaportes em 48 horas.
Agência Brasil