Médico dermatologista Luann Lôbo alerta para os perigos do uso de cosméticos que já passaram do prazo de validade
Não é segredo para ninguém que os produtos de maquiagem estão na lista dos mais apreciados pelas pessoas há tempos. Tanto é que esse nicho de mercado cresce de forma vertiginosa a cada ano e as marcas não cansam de colocar à disposição dos consumidores novidades e mais novidades.
Mas vamos falar sério? Você costuma checar, disciplinadamente, a data de validade daquela base maravilhosa (e bem cara!), daquele batom incrível, ou da máscara de cílios que te deixa com olhos marcantes?
Recentemente, no Big Brother Brasil, o participante Vinícius, o Vyni, se emocionou ao receber uma maleta repleta de maquiagens e confessou que sempre usou bases vencidas por não ter condições de renovar seus produtos.
Fato é que a maioria das pessoas raramente se preocupa em observar se o produto está ou não vencido, ainda mais com a correria diária. Já vai logo colocando no rosto para fazer aquela make, seja algo mais leve e natural, ou uma produção mais elaborada, para uma ocasião especial.
E outro ponto: nos últimos dois anos, com a pandemia da Covid-19, o esquema de home office e muitas restrições em bares, restaurantes e eventos, grande parte da população deixou a maquiagem de lado e nem se lembra quando foi que comprou pela última vez esse tipo de produto.
Agora, com a vida quase voltando ao normal, o uso dos cosméticos está sendo resgatado e, com certeza, se você der aquela olhadinha, muitos deles estarão vencidos.
Pois isso é um erro enorme e que pode trazer consequências nada agradáveis. De acordo com o médico dermatologista, Dr. Luann Lôbo, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), produtos cosméticos e maquiagens, se utilizados após a data de validade, podem provocar irritações na pele, como vermelhidão, coceira, pinicação e descamações. Fora que, ainda por cima, geralmente, não entregam o resultado proposto.
“Cosméticos e maquiagens devem ser utilizados até o prazo de validade. Este prazo diz respeito ao tempo em que o produto fechado permanecerá viável. Após aberto devemos nos atentar à “vida útil”, que corresponde ao tempo em que o produto permanecerá viável depois de exposto ao ambiente”, explica o médico.
Segundo o doutor Luann, depois que um produto é aberto para o uso, fica mais suscetível a condições ambientais, como umidade e/ou contaminantes (fungos, bactérias…). “A vida útil de uma base, batom, primer, ou qualquer outro tipo de maquiagem, depois de aberta para o uso também costuma ser exibida no rótulo do produto, geralmente com um desenho e a indicação de quantos meses aquele produto permanece apto para o uso depois que o lacre é retirado e a substância é colocada em contato com o ambiente”, diz o especialista.
Mas e o que fazer se usar um produto vencido e começar a ter reações estranhas ou algum tipo de alergia? “A primeira providência ao notar algum tipo de irritação é remover imediatamente a substância do rosto, utilizando água corrente e um sabonete suave, de preferência líquido”, alerta o Dr. Luann.
Para o médico, os piores produtos cosméticos para se usar após a data de validade são, justamente, maquiagens e filtro solar. “As maquiagens costumam ser mais propensas à contaminação por fungos e bactérias. Isso pode provocar, além de irritações, infecções cutâneas mais sérias. E no caso do filtro solar, que tem ação protagonista na skincare diurna, o produto perde a eficácia após o fim do prazo de validade”, pontua.
Erros e acertos
As mulheres, principalmente, têm a maquiagem como rotina de seu dia a dia e não abrem mão de ressaltar a beleza com os mais diversos produtos.
(Letícia Perfetto_Arquivo Pessoal)
A administradora Letícia Perfetto, de 31 anos, costuma se maquiar, em média, cinco vezes na semana. Para ela os queridinhos de uma make básica são o corretivo, o blush e a máscara de cílios. E foi, justamente, a máscara (provavelmente vencida) que, certa vez, causou um baita de um problema para Letícia. “Tive uma alergia bem forte nos olhos, uma bactéria, como se fosse um terçol. Foi bem incômodo, coçava e doía bastante. Procurei um oftalmologista e ele me orientou a suspender o uso de todos os produtos de maquiagem e até das lentes de contato. Fazia compressas quentes e limpeza com soro na região quatro vezes ao dia”, conta Letícia.
Desde então, a moça passou a ser mais criteriosa e sempre analisa a data de validade dos cosméticos, mas de vez em quando, abre uma exceção ou outra. “Alguns produtos não uso fora do prazo de forma alguma, principalmente máscara de cílios e base. Mas, confesso que produtos como pó e blush, uso normalmente mesmo que a validade tenha esgotado”.
(Melina Cabral_Arquivo Pessoal)
Já a jornalista Melina Cabral de Souza, 32 anos,é fã de Rímel e corretivo e está sempre ligada no prazo de validade. “Sempre olho o prazo dos produtos que uso nos olhos, por causa da região mais delicada. Base líquida também costumo ver se está na validade, porque quando passa o prazo, a consistência fica alterada. Presto bastante atenção nas mudanças dos produtos líquidos. Por exemplo, o rímel costuma secar e a base muda a cor. Acredito que por ser líquido, fico com mais receio de causar alguma coisa na pele do que em forma de pó. Nunca tive nenhuma alergia, mas sempre estou de olho no vencimento escrito na embalagem dos cosméticos líquidos”, conta Mélina.
(Nathalia Gabriela_Arquivo Pessoal)
Já a Analista de Expansão Sênior, Nathalia Gabriela Camassari Oliveira, 29 anos, é um pouco mais desligada e confessa: nem olha os prazos de validade de seus produtos preferidos.“Amo máscara de cílios e blush, mas por falta de atenção não me atendo à validade, não. O que faço a cada três meses é limpar todos os meus pincéis com sabonete neutro, pois sei que pincéis sujos não fazem bem para a saúde da pele”, conta Nathalia.