Um grupo de mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupa a sede do Incra, no Centro Administrativo (CAB), em Salvador, em protesto contra a reforma da Previdência Social e a favor da reforma agrária desde a segunda-feira (6). Elas estão acampadas no pátio do órgão e usam algumas salas para atividades do movimento.
Segundo o Incra, a pauta do movimento deve ser entregue na manhã desta terça-feira (7). Depois, o órgão deverá se posicionar em nota. O Incra ainda informou que a sede funciona normalmente com a ocupação.
Uma das representantes do MST, Djacira Araújo, diz que não há previsão de quando o local será desocupado. Cerca de mil mulheres participam da ação, segundo a organização do movimento.
“As trabalhadoras rurais são as mais sacrificadas com as mudanças da Previdência e a paralisação da reforma agrária. O fato de [as mulheres] não serem reconhecidas na reforma agrária, com dificuldade de acesso à terra. O que torna quase impossível a aposentadoria da trabalhadora rural. Igualar a idade com os homens é não reconhecer as condições desiguais. As mulheres começam a trabalhar no campo muito cedo”, reclama Djacira.
Na região extremo sul do estado, no município de Medeiros Neto, mulheres integrantes do MST ocupam, desde a madrugada de segunda-feira (6), dependências da Usina Santa Maria, dedicada à exploração da cana de açucar e à produção de etanol.
A ocupação, que conta com cerca de mil pessoas, faz parte da Jornada Nacional das Mulheres, que acontece de 6 a 10 de março em todo o Brasil.
Segundo os organizadores, esse ano o movimento tem como foco a luta contra os impactos na natureza provocados pelo modelo de produção do capital pelo agronegócio. No extremo sul baiano, os manifestantes criticam os monocultivos de eucalipto e da cana de açúcar. Os manifestantes também criticam violação de direitos humanos e ações do governo federal, entre elas o projeto de Reforma da Previdência, que tramita no Congresso Nacional.
A usina ocupada fica localizada na altura do Km-43 da BA-290. Os manifestantes entraram nas dependências do local por volta das 4h da madrugada e, segundo os organizadores, a ocupação é por tempo indeterminado. O G1 não conseguiu contato com a usina.
G1