Mayra Nascimento acabou de completar 50 anos e é mãe de dois filhos. Sua primeira graduação foi licenciatura em Dança e hoje, além de trabalhar nessa área, também dá aulas de pilates. “Resolvi fazer Fisioterapia para agregar valor ao meu trabalho”, conta ela. Mayra é uma das muitas mulheres que, depois dos 40 anos, resolveram voltar à universidade.
Depois de conquistar uma vida estável, com emprego e filhos, fica muito difícil voltar a estudar, mas para algumas mulheres a vontade de aprender é maior que os empecilhos. Rosana Andrade, 45, é outro exemplo de mulher que resolveu arregaçar as mangas! Ela fez faculdade de Administração e trabalhava no Polo Petroquímico de Camaçari quando decidiu voltar à universidade para cursar Jornalismo. Com dois filhos de 7 e 10 anos teve que reorganizar toda a logística dentro de casa para voltar às salas de aula. “As crianças tiveram que acordar e chegar mais cedo na escola. Além de eu ter que, eventualmente, pedir ajuda à minha mãe”, diz Rosana. Já para Mayra, que tem dois filhos de 22 e 17 anos, quem mais sofre com a nova rotina é ela mesma: “É um terceiro turno de trabalho e ainda tem o horário de estudo. É um quebra-cabeça para não perder o contato com as pessoas da família, e um esforço para manter a referência em relação aos filhos”.
Para todas elas a experiência é transformadora. “Está valendo muito a pena tanto em relação ao pessoal quanto ao profissional. Percebo que o mercado vai ampliar e também aumentei meu círculo de amigos. Como faço um curso noturno, tem pessoas de diversas idades e objetivos”, explica Mayra. Já Rosana se diz muito satisfeita com o curso e conta que a cada dia se identifica mais com a área, sentindo que está no caminho certo.
Rosana comenta que a principal diferença entre cursar uma faculdade quando mais jovem e agora é a maturidade. “Sei o que quero e consigo abstrair ‘mimimis’ e focar, por exemplo, no que cada experiência ou disciplina pretende me passar”. Mayra também destaca a maturidade como diferencial ao voltar a estudar com mais de 40 anos. “Sinto que [em relação a] quando fiz a minha primeira faculdade, mesmo fazendo o que eu queria, o compromisso hoje é maior e os objetivos são mais claros”
Seja para o curso que for, o importante é ter a coragem de recomeçar. A estudante de fisioterapia encoraja outras mulheres a voltarem à universidade: “É um esforço que vale muito a pena. Reaprender a aprender é um desafio”.
Bahia Notícias