O aumento de matrículas em academias e para a prática do crossfit tem se refletido no crescimento do volume de pacientes nas clínicas ortopédicas. De acordo com o médico Lafayette Lage, é bastante expressivo o número de pessoas que sofrem lesões, principalmente por dois motivos: nunca se consultaram com um especialista para avaliar todas as articulações e não recebem supervisão profissional adequada nas academias.
“Um exame simples poderá avaliar as condições das articulações dos ombros, quadris, joelhos, tornozelos, pés, mãos, cotovelos e punhos, além da coluna cervical, torácica e lombar. Todos esses pontos costumam sofrer agressões de movimentos bruscos e repetitivos, formando lesões que muitas vezes só são tratadas com cirurgia. Melhor do que tomar remédio e fazer cirurgia é agir preventivamente. Sendo assim, toda pessoa deveria atrasar uma ou duas semanas a matrícula na academia para se consultar antes com um ortopedista”, alerta Lafayette.
De acordo com o médico, os exames levam poucos minutos e evitam muitos problemas. Até mesmo pessoas que começam a fazer caminhadas por recomendação do cardiologista podem lesionar os joelhos, exemplifica Lafayette. Por isso, atesta, é fundamental conhecer as próprias condições físicas antes de se entregar à prática de exercícios físicos ou esportes de impacto.
O profissional enumera, ainda, que exercícios como o abdominal podem lesionar o pescoço, o leg press é um dos grandes vilões do quadril, enquanto o polichinelo representa risco para as articulações dos ombros. Por isso, para continuar se exercitando por muito tempo – como é ideal para evitar várias doenças – a amplitude dos movimentos tem de ser menor do que vem sendo praticada pelas pessoas.
“E tem mais: ‘aquecer sempre antes e alongar sempre depois’ deve ser um mantra praticado toda vez que se vai a uma academia”, finaliza o especialista.
Crossfit
Lafayette Lage alerta também para a prática do Crossfit, que vem ganhando, nos últimos cinco anos, uma legião de adeptos mundo afora. “Mais uma vez, como em outros esportes, problemas de postura, falta de técnica e supervisão apropriadas são os pontos mais vulneráveis. Isso sem contar que muitos praticantes entusiasmados querem se provar a toda hora, sem saber se podem forçar o quanto desejam – e geralmente acabam descobrindo que não podem”, diz.
Segundo o médico, quando o atleta já está cansado e insiste em fazer mais uma série de repetições, é aí que a lesão costuma ocorrer. Sendo assim, é imperativo conhecer os limites do corpo e saber a hora de parar. “Fazer mais não significa fazer melhor, sobretudo quando o exercício não está sendo executado corretamente ou quando a pessoa tem limitações clínicas.”
R7