O Museu da Língua Portuguesa deve ser reaberto no primeiro semestre do próximo ano, disse hoje (6) o secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Sérgio Sá Leitão. O museu está fechado para reconstrução desde que foi atingido por um incêndio, em dezembro de 2015 . A data exata para a reabertura do museu será anunciada em outubro.
Sá Leitão esteve, na tarde desta segunda-feira, fazendo uma vistoria nas obras do museu, junto com representantes de empresas patrocinadoras das obras. “Pudemos constatar que as obras estão no ritmo certo, no cronograma e serão concluídas, tudo leva a crer, no prazo que é 31 de outubro deste ano. Uma vez as obras concluídas, temos um prazo estimado em torno de seis meses para a implantação do museu, com todo o revestimento, equipamentos e todo o material que será exposto. É um museu que tem muita interatividade e muito conteúdo audiovisual”, disse o secretário.
Os investimentos para as obras são estimados em R$ 80,9 milhões, sendo que um terço desse valor era referente ao seguro feito pelo museu e cerca de R$ 20 milhões captados por meio da Lei Rouanet. “Parte dos recursos investidos aqui tem incentivo da Lei Rouanet. Outra parte é investimento direto ou investimento via seguro. Mas é claro que a Lei Rouanet é um instrumento importantíssimo de apoio ao desenvolvimento das atividades culturais e criativas do Brasil. Somos defensores e entusiastas desse mecanismo”, disse Sá Leitão.
O secretário disse que, em breve, o governo estadual fará uma chamada pública para selecionar a organização social que fará a gestão do Museu da Língua Portuguesa. “Não é um museu que será gerido diretamente pelo governo do estado de São Paulo, mas por uma organização social. Esse é o modelo no qual acreditamos e consideramos que é o melhor modelo de gestão para os museus”, disse.
As obras
Até agora, foram concluídas as etapas de restauro das fachadas e esquadrias e de reconstrução da cobertura, faltando as obras de adaptação interna, que deve ser finalizada até outubro.
“Tem todo um tripé com que trabalhamos: arquitetura, museografia e conteúdo. Com relação à obra, fizemos todo um processo de restauro das fachadas e um novo telhado, pois a cobertura foi toda perdida no incêndio. Fizemos um desenho mais contemporâneo. Isso já foi concluído e estamos agora no andamento da parte interna da obra, que é um processo mais lento”, disse Lúcia Basto, gerente-geral da área de Patrimônio e Cultura da Fundação Roberto Marinho. A fundação assinou um convênio com o governo do estado em janeiro de 2016 para reconstrução do museu.
Para o telhado, foi usada uma madeira proveniente da Amazônia. Segundo Lúcia, a opção pela madeira foi considerada a maneira mais segura para a obra. “A madeira é a mais segura, mais do que a estrutura metálica porque, quando há fogo, ele consome uma determinada espessura dessa madeira. Então, optamos por colocar ela [a madeira] um pouco mais dimensionada para que ela não rompa caso haja algum tipo de ataque de incêndio”, disse Lúcia.
Para prevenir futuros incêndios, disse Lúcia, foi montado um grupo de trabalho, com a participação do Corpo de Bombeiros. “Essa era a segunda vez que este prédio estava pegando fogo. Então definimos que nós íamos colocar, por exemplo, um splinkler [dispositivo que descarrega água em caso de incêndio], que não é uma exigência pela configuração da construção, mas nós pusemos. Tudo o que podíamos fazer a mais para fazer essa proteção, foi feito, para que possamos ficar tranquilos no futuro”, explicou Lúcia.