A situação é mais comum do que se pensa. Algumas pessoas tentam emagrecer, mas, mesmo seguindo dietas de sucesso para a maioria, possuem uma dificuldade maior para perder peso. Existem alguns fatores que influenciam diretamente na capacidade de perder massa gorda e ganhar massa magra. Um dos principais é a genética.
Quem é de uma família que tem problemas com o sobrepeso provavelmente vai ter também. A endocrinologista Cíntia Cercato, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, explica que a dificuldade de perder peso é uma questão genética e hereditária, mas isso não é determinante, o fator ambiental também influencia. “Existe uma interação entre o ambiente e os genes”. Portanto, se a família toda possui alimentação ruim, a pessoa que quer emagrecer está inserida neste ambiente, vai se alimentar de forma errada e não vai conseguir perder peso.
A genética influencia na capacidade metabólica do organismo, mas não é determinante. O metabolismo também está relacionado à quantidade de massa magra do corpo. Quanto mais massa magra, maior o metabolismo – por consequência, quem tem mais massa gorda, tem maior dificuldade para perder peso. “É por isso que os homens emagrecem mais rápido do que as mulheres”, destaca a endocrinologista.
A mesma relação massa magra x metabolismo também pode ser feita com a quantidade de massa muscular: quanto maior a quantidade de massa muscular no organismo, maior a facilidade para perder peso.
É importante não confundir a dificuldade de perder peso com a síndrome metabólica. De acordo com Cíntia Cercato, a síndrome é um problema que surge como consequência do sobrepeso e da obesidade, “não está associada à capacidade de perder peso”. A síndrome metabólica é um conjunto de doenças como hipertensão, alterações na glicose e no colesterol, que estão ligadas à dificuldade da insulina agir no organismo.
O emagrecimento também está ligado à questões hormonais. Por isso, quando a tireoide diminui a produção de hormônios, o organismo começa a ganhar peso – e a ter mais dificuldade de perder. Outro problema que influencia é a síndrome do ovário policístico, que cria uma tendência de acúmulo de gordura abdominal.
De acordo com a endocrinologista, existe uma forma muito simples de burlar a genética e melhorar o metabolismo: a atividade física. “A atividade física promove mudanças tão importantes no organismo que, mesmo quando a pessoa está em repouso, o metabolismo continua acelerado”, explica. Mas é importante destacar que para que isso aconteça, é preciso combater totalmente o sedentarismo e criar o hábito do exercício a longo prazo para que a mudança seja contínua.
R7