Quem acabou de se matricular na academia para perder aqueles indesejados quilos extras pode entrar em parafuso ao perceber que, apesar de todo o esforço, a balança ainda não entendeu o recado. Em vez de abaixar, por que os ponteiros estão subindo? A resposta é muito mais positiva do que se imagina: você pode estar ganhando músculos. E esquecer a pesagem – pelo menos por enquanto – é a melhor decisão a ser tomada.
É músculo ou gordura?
“Quando começamos a fazer uma atividade física, os músculos passam a se desenvolver e, com isso, nosso peso aumenta. Isso pode confundir o praticante e fazê-lo achar que está engordando”, explica o médico do esporte e do exercício Guilherme Corradi, de São Paulo. Portanto, nada de surtar, ok? Esse fenômeno é supernatural e tende a durar um tempo. “Se a pessoa estiver com o índice de massa muscular muito baixo, o peso pode aumentar por até seis meses”, ressalta o educador físico André Trombini, da Rede BodyTech. Durante esse período de adaptação, o melhor termômetro é o espelho. “Ficar feliz com o que você vê é muito mais importante do que aquilo que a balança aponta”, garante Corradi. Isso porque a massa muscular tem o mesmo peso que a gordura, porém o músculo é mais compacto e ocupa menos espaço. Resultado? As roupas caem melhor, mesmo que os ponteiros insistam em dizer o contrário.
Xiii, é gordura!
Em alguns casos, o aumento de peso está relacionado, de fato, ao acúmulo de pneuzinhos – e a causa é muito compreensível. Afinal, quem nunca chegou do treino faminto e atacou tudo o que encontrou na geladeira? “Fazer exercícios aumenta o apetite, uma vez que o organismo precisa de mais calorias para recuperar a musculatura após o esforço”, diz Corradi. Por isso, é fundamental ficar de olho no prato. “A ingestão de proteínas é essencial para a recuperação e construção dos músculos. Minha dica é incluir uma fonte proteica em cada refeição. Carnes magras, ovos, peixe, leite e derivados, barrinhas de proteína ou sementes, como as de girassol, abóbora e cânhamo, fazem um bom trabalho”, aconselha a nutricionista Isabelle Zanoni Rodrigues Oliveira, de São Paulo. Já os carboidratos complexos, como pão integral e batata-doce, prolongam a sensação de saciedade e evitam que o organismo use tecido muscular como fonte de energia. Ah, e lembre-se de comer de três em três horas para deixar o organismo ligeiro! “Chás de canela, gengibre e hibisco também ajudam a turbinar o metabolismo”, indica Isabelle.
Para ganhar mais músculos
“Se seu objetivo ao treinar for ganhar músculos e não apenas emagrecer, é preciso equilibrar atividades de resistência e aeróbica”, afirma Marcos Henrique Ferreira Laraya, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE). Na primeira categoria de exercícios, a musculação ainda é uma das mais eficazes. Isso porque, para que a hipertrofia aconteça, é preciso executar os movimentos com sobrecarga, poucas repetições e intervalos mais longos – algo simples de fazer nessa modalidade. Já os exercícios aeróbicos, como corrida e dança, evitam que o percentual de gordura suba e promovem uma grande queima calórica, sendo ótimos para mandar a temida “pochete” embora.
Para ter certeza de que o treino está gerando resultados, conte com a ajuda de médicos, profissionais de educação física e nutricionistas. Eles ficarão de olho em métricas precisas, que vão muito além do clássico IMC (Índice de Massa Corpórea). A cada dois meses, avalie seu desempenho por meio do exame de bioimpedância, que revela o percentual exato de músculos e gordura presentes no corpo.
Massa gorda e massa magra: Quais as diferenças?
Massa gorda: é o peso de gordura que temos no corpo. Em quantidades ideais, ajuda a proteger os órgãos. Em excesso, é responsável por causar diversos males à saúde, como diabete, hipertensão arterial, colesterol alto e problemas cardíacos.
Massa magra: é composta por músculos, órgãos vitais, ossos e líquidos corporais. Quanto maior nossa porcentagem de massa magra, maior e mais rápida é a queima calórica.
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