De forma pioneira no mundo dos negócios e na indústria cosmética, o lançamento da linha Natura Ekos, nos anos 2000, marcou o início do relacionamento da Natura com a sociobiodiversidade amazônica. Duas décadas depois, a empresa segue estimulando a economia da floresta em pé e a geração de renda para as comunidades fornecedoras de insumos. Atualmente, a Natura utiliza 32 ativos da Biodiversidade Brasileira (BDB) e se relaciona com 5.136 famílias, cerca de 22 mil pessoas, em 33 comunidades, na Amazônia. Se considerarmos as comunidades de outras regiões do Brasil, os números chegam a 39 comunidades e a 6.197 famílias.
Em 2019, a empresa registrou marcos importantes ligados ao desenvolvimento sustentável da região. O volume total de negócios superou R$ 1,8 bilhão — 79% acima da meta estabelecida para 2020 — e contribuiu para a conservação de 1,8 milhão de hectares de floresta, o equivalente a 12 vezes a cidade de São Paulo, em parceria com comunidades fornecedoras, organizações não governamentais e setor público.
As iniciativas para transformar os desafios socioambientais em oportunidades de negócio são coordenadas pelo Programa Natura Amazônia, que desde 2011 direciona investimentos para a região. A atuação vai além da compra de insumos da biodiversidade por meio do comércio justo. Contribui, ainda, para a conservação da floresta e gera mais renda para as comunidades. “Nesse ciclo de 20 anos, temos orgulho de desenvolver um modelo que evidencia como a bioeconomia, além de viável, é uma resposta à nossa vocação natural e de cuidado com as pessoas que vivem na Amazônia”, comenta Denise Hills, diretora Global de Sustentabilidade da Natura. Todas as ações são conduzidas com base no respeito aos ciclos da natureza e no fortalecimento das comunidades parceiras. Essas iniciativas permitiram que a empresa obtivesse, em 2018, o selo UEBT (União para o Biocomércio Ético) que atesta a sustentabilidade da cadeia de fornecimento de todos os ingredientes naturais presentes em Ekos, incluindo aqueles fornecidos pelas comunidades.
A Cooperativa Mista dos Produtores e Extrativistas do Rio Iratapuru (Comaru), localizada em Laranjal do Jari (AP), foi a primeira parceira da empresa na região. Hoje, 60 famílias atuam no manejo de castanha e breu branco, ativos que compõem a formulação de diversos produtos corporais e da perfumaria. A castanheira é a árvore nativa mais famosa do Brasil, capaz de regular um verdadeiro ecossistema: seus frutos e flores são alimentos para pessoas e animais, uma rede de mais de 300 espécies interdependentes.
A ucuuba é outro exemplo de ativo da biodiversidade com impacto socioambiental positivo presente no portfólio de Natura Ekos. A linha de produtos corporais foi lançada em 2015, após um longo processo de pesquisa que identificou as propriedades altamente hidratantes da manteiga extraída da semente. O uso do ativo para fins cosméticos é um exemplo de como a conservação é muito mais positiva para a floresta e para as pessoas. A ucuubeira corria risco de extinção com a derrubada da árvore para a comercialização de cabos de vassoura. Hoje, o cultivo das sementes representa uma geração de renda três vezes maior para as comunidades que colhem os frutos, com repartição de benefícios, e contribui para ampliar a conservação de mais territórios. A exploração madeireira também ocorria com a Andiroba, hoje cultivada principalmente no Amazonas. O uso do ativo também desestimulou a derrubada, impulsionando a criação de uma lei estadual que proíbe o corte da andirobeira.
Para que esses ativos cheguem da floresta aos produtos, a área de pesquisa e desenvolvimento da Natura conta, entre outros laboratórios, com uma biorrefinaria piloto no Núcleo de Inovação Natura Amazônia (NINA), inaugurada em 2019 para realizar pesquisas de óleos amazônicos. O espaço está localizado no Ecoparque, complexo industrial da Natura no município de Benevides (PA), onde também são produzidos os sabonetes da marca com fórmulas 100% vegetais. “A inovação aliada à tecnologia verde permite desenvolver formulações cada vez mais naturais para os nossos produtos, ao mesmo tempo que garante a segurança e o respeito à floresta e as pessoas”, afirma Denise.
Dia Internacional da Biodiversidade
Neste Dia Internacional da Biodiversidade, comemorado em 22 de maio, a Natura reitera o compromisso com a conservação e o uso da biodiversidade ao se tornar signatária do Compromisso Empresarial Brasileiro para a Biodiversidade. A iniciativa global de proteção à natureza é liderada pela coalizão Business for Nature, e foi lançada no Brasil pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). No total, 400 empresas assumem o compromisso de construir metas e compromissos públicos para restaurar a natureza.
A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1992, com o intuito de conscientizar o mundo a respeito da importância da diversidade biológica e preservação da biodiversidade em todos os ecossistemas. É uma data importante para estimular a reflexão sobre os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial o ODS 15, que busca proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerenciar florestas de forma sustentável, combater a desertificação e deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.
Ações para a Amazônia durante a pandemia COVID-19
Diante do momento atual e para atenuar os impactos da pandemia, a Natura se comprometeu com a garantia de contratos de fornecimento para a assegurar a renda das comunidades e cooperativas locais, independentemente da possibilidade de produção e colheita. Orientações de cuidado e prevenção às comunidades estão sendo realizadas junto com doações, tendo disponibilizado mais de 474 mil sabonetes e 95 mil potes de álcool em gel, itens essenciais no combate à Covid-19. A empresa oferecerá ainda auxílio-doença para pessoas infectadas que necessitem de atendimento hospitalar.