Pesquisa da Citroën mostra que passamos quase cinco anos da vida dentro de um automóvel, e não é só dirigindo…
O brasileiro passa, em média, quatro anos e 11 meses de sua vida dentro de um automóvel. É o que aponta um estudo do CSA Research, instituto francês de marketing e pesquisas de opinião, feito a pedido da Citroën.
Parte de um projeto global da marca, intitulado “Citroën Inspired by You” (Citroën Inspirada em Você, na tradução do inglês), a análise indicou que nossa população é a que mais utiliza um veículo entre os 11 países pesquisados (França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Espanha, Portugal, Polônia, Argentina, Japão e China foram os demais).
Na Europa, por exemplo, a média é de quatro anos e um mês; na Argentina, quatro anos e três meses; na China, três anos e um mês; no Japão, econômicos dois anos e cinco meses.
Se compararmos com nossa expectativa de vida (75,5 anos, segundo o último levantamento do IBGE, de 2015), chegamos à conclusão de que cerca de 6,5% de nossas vidas transcorrem no habitáculo de um carro. Parece bastante, não é mesmo?
O que fazemos em um carro?
“Dirigir” parece a resposta óbvia, mas não fica só nisso. Até porque o estudo também engloba os momentos em que estamos andando como passageiros — período de um ano e 11 meses, de acordo com a CSA Research –, e até pessoas que não dirigem (mas nem por isso deixam de usar o banco do carona).
Segundo o instituto, o que o brasileiro mais faz a bordo de um automóvel (fora guiar) é… cantar. São 5.231 as vezes em que cantamos, em média, enquanto nos locomovemos sobre quatro rodas. Na sequência vem fazer gestos de agradecimento a outro motorista (4.527 vezes) e falar sozinho (o que, curiosamente, inclui xingar outros condutores, no caso 4.385 vezes).
Agora vêm os tópicos realmente curiosos: brasileiros beijam dentro de um carro (seja no rosto, na mão ou na boca) mais do que comem: são 3.161 vezes contra 1.137. E se maquiam, penteiam ou barbeiam (!) 1.138 vezes, muito mais do que param para pedir informação (247).
Ah! Nós também rimos de forma histérica (310 vezes), choramos (100 vezes), lamentamos ter estacionado no lugar errado (80 vezes), brigamos com outros passageiros (53 vezes) e nos reconciliamos com eles (60 vezes). Até dormimos (59) — e aqui esperamos que nunca seja enquanto estamos dirigindo.
E o fetiche de transar num veículo? Este o brasileiro cumpre relativamente pouco, segundo o estudo: no geral, “fazemos amor” apenas duas vezes ao longo da vida a bordo do carro, em média. Tudo bem que na China o índice ficou praticamente no zero, e no Japão foi de 0,5. Mas na Itália, por exemplo, ficou em oito (400% a mais).
Isso significa que passamos mais tempo pensando que nosso carro poderia andar sozinho (4,6 vezes), ou achando que um mecânico está tentando nos enganar (4,4 vezes), do que fazendo sexo. Pelo menos quando estamos no automóvel.
Infelizmente a pesquisa não divulgou o quanto utilizamos o celular, cometemos outras infrações de trânsito ou nos envolvemos em acidentes, talvez por querer focar em itens mais amenos e positivos — a fabricante não explicou o motivo.
O estudo, realizado nos principais mercados de atuação da Citroën, será usado pela Citroën em campanhas publicitárias para “tornar a relação da marca com seus consumidores mais humana”, conforme explicou a UOL Carros Paulo Solti, diretor da marca no Brasil.
Por aqui a pesquisa foi realizada entre 26 de dezembro do ano passado e 3 de janeiro de 2017, com 500 pessoas a partir de 15 anos (sim, há adolescentes que sequer idade para tirar CNH na amostragem) de todas as regiões: 43% do Sudeste; 27% do Nordeste; 15% do Sul; 15% de Centro-Oeste e Norte. Não foi informado o número de entrevistados.
uol