Nesta segunda-feira (6), três dias após uma operação policial que terminou com apenas um homem preso, os ônibus do sistema de transporte de Salvador seguem sem acessar o final de linha que integra os quatro bairros periféricos do Complexo do Nordeste de Amaralina, em Salvador.
O complexo é formado por quatro bairros: Nordeste, Chapada, Santa Cruz e Vale das Pedrinhas. A situação afeta principalmente os moradores da Santa Cruz, que precisam andar por 1,5 km para acessarem a entrada do Parque da Cidade, último ponto onde os coletivos estão parando.
“Está ficando muito difícil, porque a gente tem que vir de lá andando até aqui. Tem pessoas muito idosas andando, que soltam lá na Ceasa [do Rio Vermelho] e vem andando. Fica muito difícil. O clima no bairro está ‘de boa’, mas eles [rodoviários] ficam com medo de subir. Na minha opinião está tudo tranquilo”, avaliou um morador, identificado pelo prenome Luciano.
Segundo a Secretaria Municipal de Mobilidade de Salvador (Semob), responsável pela suspensão, o atedimento será normalizado quando houver segurança pra retornar com o atendimento. Ao todo, o Complexo do Nordeste de Amaralina tem 76.085 habitantes, distribuídos da seguinte forma:
- Nordeste: 21.887 pessoas
- Chapada: 21.955 pessoas
- Santa Cruz: 27.083 pessoas
- Vale das Pedrinhas: 5.160 pessoas
Operação policial
A operação foi realizada na manhã da última sexta-feira (3), para cumprir seis mandados de busca e apreensão e dois de prisão. No entanto, apenas um homem foi detido. Além dele, uma segunda pessoa foi conduzida à delegacia, mas foi liberada após prestar esclarecimentos.
O homem preso foi encontrado com R$ 4,2 mil em espécie e um aparelho que bloqueia sinal de GPS, usado por assaltantes de carros para dificultar o rastreamento dos carros por seguradoras. Conforme a polícia, ele era o responsável por arrecadar o dinheiro da venda de drogas em festas.
No Departamento de Investigação e Repressão ao Narcótrafico (Denarc), o investigado não soube explicar a origem do dinheiro. A polícia detalhou ainda que ele tem duas passagens – uma por tráfico de drogas e a outra por porte de explosivos usados em roubos a bancos.
A ação foi feita pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), que reúne policiais militares, civis e federais. De acordo com a PF, a facção alvo da operação entrou em confronto com as forças de segurança do Estado 68 vezes este ano.
G1