Homens cuidam menos da saúde e pagam um preço alto por isso. Dados do Ministério da Saúde revelam que 68% das mortes entre 20 e 59 anos são de homens, e a expectativa de vida masculina é 7,6 anos menor que a das mulheres. Entre os fatores que mais impactam a saúde dos homens, estão as doenças cardiovasculares que, ao lado do câncer e do diabetes, figuram entre as principais causas de morte na faixa etária acima dos 40 anos.
Os números alarmantes estão diretamente ligados ao comportamento masculino. Consumo exagerado de sal e gorduras, abuso de bebidas alcoólicas e falta de atividade física são hábitos comuns entre eles. Adicione a essa equação o estresse elevado, o tabagismo e a resistência em buscar acompanhamento médico regular, e o resultado é um quadro de saúde fragilizado, que eleva o risco de infartos e outros problemas cardiovasculares graves.
No entanto, é possível mudar essa realidade. De acordo com o cardiologista intervencionista Sérgio Câmara, é essencial que os homens foquem na prevenção, sobretudo alimentando-se de forma equilibrada, focados na redução do peso corporal e na prática de exercícios físicos diários. Além disso, o acompanhamento médico regular associado aos avanços diagnósticos e terapêuticos em doenças cardíacas podem ajudar no diagnóstico precoce e evitar danos maiores. “Procedimentos como o cateterismo cardíaco permitem avaliar obstruções coronarianas com precisão em pacientes de mais alto risco cardiovascular e intervenções minimamente invasivas, como a angioplastia, têm sido essenciais para salvar vidas”, declarou o médico.
Ao contrário do estrogênio, que protege naturalmente o sistema cardiovascular das mulheres, o nível elevado de testosterona dos homens contribui para uma maior incidência de eventos tais como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral neste grupo. Isso reforça a necessidade de uma mudança cultural, incentivando os homens a adotarem rotinas de autocuidado e a buscarem ajuda médica antes de sinais mais graves.
Saúde do coração – A hemodinâmica, um campo essencial da cardiologia, tem revolucionado o diagnóstico e o tratamento das doenças cardiovasculares. O cateterismo cardíaco, exame solicitado principalmente para pacientes com queixa clínica de dor no peito, falta de de ar, perda de fôlego, palpitação ou desmaio de alto risco ou de mais baixo risco com o resultado alterado de algum exame não invasivo (ecocardiograma, cintilografia miocárdica, angiotomografia coronariana e ressonância cardíaca), possibilita a análise detalhada do funcionamento do coração e das artérias. Além disso, “intervenções como o implante de stents e o uso de balões farmacológicos ajudam a prevenir eventos graves, como infartos, oferecendo uma alternativa menos invasiva e de rápida recuperação”, destacou o médico hemodinamicista Sérgio Câmara.
Ainda segundo o especialista, a combinação da tecnologia com a adoção de um plano de prevenção individualizado pode reduzir drasticamente os índices de mortalidade masculina. “É fundamental investir não só na conscientização, mas também em um sistema de saúde que ofereça acesso facilitado a esses procedimentos modernos e eficazes”, explicou.
O cuidado integral, que une diagnóstico, prevenção e tratamento, é o principal aliado para manter o coração saudável e a qualidade de vida em dia. Para os homens, adotar uma abordagem proativa com relação à saúde cardiovascular pode fazer toda a diferença. “Neste Novembro Azul, o convite é claro: prevenir e ser acompanhado bem de perto pelo seu médico ainda são os melhores remédios”, concluiu Sérgio Câmara.