O número de pessoas mortas em supostos confrontos com policiais civis e militares em serviço no Estado de São Paulo subiu 19,3% de 1º de janeiro a 30 de setembro de 2017, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados constam das estatísticas trimestrais da SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública). Os números do terceiro trimestre deste ano foram divulgados neste final de semana.
Ao todo foram 494 mortos em 2017, ante 414 no ano passado.
Considerando apenas os casos envolvendo a PM em serviço, 453 pessoas foram mortas. O número é 12,6% superior ao registrado no mesmo período de 2016, quando 402 pessoas morreram.
Nos casos envolvendo policiais civis, a alta é de 241,6%, já que o número de pessoas que perderam a vida em supostos confrontos com os agentes subiu de 12 para 41.
Desse total de mortos, 10 foram resultados de uma ação do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) e do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), no Morumbi, durante uma tentativa de roubo a uma residência na região.
Fora de serviço
O número de mortos por policiais fora de serviço também subiu entre janeiro e setembro. A alta maior foi verificada para os casos envolvendo agentes civis (52,9%, de 17 para 26).
Nas situações onde os envolvidos são policiais militares fora de serviço, o número de pessoas mortas passou de 161, nos nove primeiros meses de 2016, para 177 no mesmo período deste ano. Uma alta de 9,93%.
Policiais mortos
Os dados divulgados pela SSP também apontam o número de agentes civis e militares que morreram trabalhando ou em seus períodos de folga.
Na Polícia Civil, o número de agentes mortos durante a atividade passou de quatro para três (recuo de 25%) na mesma base de comparação anual. Outros oito policiais civis morreram durante o período de folga neste ano.
As estatísticas apresentadas em 2016 ainda não computavam a quantidade de policiais mortos em folga.
Outro lado
Em entrevista coletiva na última quarta-feira (25), durante a divulgação das estatísticas mensais de criminalidade, o secretário de Estado da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, afirmou que não comentaria a letalidade policial porque os dados só seriam revelados posteriormente.
Questionada no domingo (29), a SSP afirmou, por meio de nota, que “desenvolve ações para reduzir a letalidade policial”. O órgão ainda acrescentou que “a opção pelo confronto é sempre do criminoso”.
“Todos os casos registrados são rigorosamente apurados para constatar se a ação policial foi realmente legítima”, disse o texto.
Para dar maior qualidade às investigações que envolvem policiais, a SSP afirmou que foi implementada a Resolução SSP 40/2015, norma que, segundo a secretaria, “exige o comparecimento da Corregedoria, do comando local e de uma equipe de perícia específica, além do acionamento do Ministério Público”.
“A decisão de dar seguimento ou de arquivar os inquéritos é do Judiciário, após manifestação do Ministério Público”, concluiu a nota.
R7